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Moscovo reforça ataques aéreos para desbloquear impasse no Donbass

O Exército russo aumentou o número de ataques aéreos contra posições ucranianas, na tentativa de ultrapassar o impasse que enfrenta no Donbass, no leste da Ucrânia, enquanto Kiev aponta que Moscovo não fez nenhum progresso no terreno.

Moscovo reforça ataques aéreos para desbloquear impasse no Donbass
Notícias ao Minuto

18:58 - 12/08/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

Segundo as autoridades russas, um dos principais avanços das forças russas ocorreu na luta pelo controlo da cidade de Soledar, a cerca de 10 quilómetros a nordeste de Bakhmut, um dos principais redutos das forças ucranianas na região de Donetsk.

A conquista de Soledar é fundamental para obter o controlo de Bakhmut, um centro estratégico de comunicações, que permitiria às tropas russas concentrarem os seus esforços no avanço para Sloviansk e Kramatorsk, os grandes redutos ucranianos, especialmente este último, na região de Donetsk.

O Ministério da Defesa da Rússia referiu que as ações ofensivas das tropas russas e pró-russas em Soledar resultaram em mais de 2.000 mortos entre os militares ucranianos da 14.ª brigada mecanizada das Forças Armadas da Ucrânia.

Moscovo adiantou ainda que os restantes membros desta brigada retiraram-se da zona de combate para posições de retaguarda.

Do lado de Kiev, o Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia apontou que os aviões de combate russos bombardearam os arredores de Bakhmut e Soledar, bem como várias cidades próximas.

O comando ucraniano garantiu, no entanto, que naquela região em disputa, atacada pelo ar e com fogo de artilharia, as tropas russas não fizeram nenhum progresso no terreno.

Na quinta-feira, os militares ucranianos tinham admitido que a Rússia duplicou os ataques aéreos nos últimos dias.

Mais a sul, os aviões russos bombardearam posições ucranianas perto de Marinka e Vodiane, nos arredores da cidade de Donetsk, a capital regional, controlada por pró-russos desde 2014.

Segundo Kiev, as forças russas tentaram avançar entre as cidades de Veterinarne e Udy, no norte da região oriental de Kharkov, praticamente na fronteira com a Rússia, mas "não tiveram sucesso, sofreram baixas e retiraram-se".

Na zona de combate no sul da Ucrânia, a situação permanece inalterada, embora o comando russo tenha divulgado que 100 militares ucranianos morreram num ataque na região de Mykolaiv.

Por outro lado, a cidade de Kherson, única capital regional ucraniana controlada pela Rússia, está no centro das atenções dos analistas militares, porque tudo indica que a sua recuperação será o principal objetivo de Kiev nas próximas semanas.

Localizada na margem direita do Dnieper, Kherson é separada pelo grande rio do resto da região de Kherson, à qual está ligada por três pontes, todas elas agora dentro do alcance de mísseis que os Estados Unidos forneceram à Ucrânia.

Desde a ordem emitida por Zelensky, as forças ucranianas não fizeram nenhum progresso no terreno, mas atacaram repetidamente as pontes que garantem o abastecimento das tropas russas estacionadas em Kherson com 'rockets'.

Outro sinal de uma escalada das ações militares são as explosões, ocorridas na terça-feira, num aeródromo russo na península da Crimeia, cuja autoria foi negada por Kiev.

Moscovo confirmou um morto e mais de uma dúzia de feridos, mas Kiev apontou que nove aviões de combate ficaram destruídos.

Apesar das manobras no terreno, o chefe de Estado ucraniano pediu que não sejam revelados detalhes dos planos militares, depois de o general ucraniano Dmitro Marchenko ter dado uma entrevista, na quarta-feira, onde abordou o objetivo de libertar Kherson e de concluir a fase ativa da guerra antes do final do ano.

"A regra para todos é simples: a guerra não é o momento para vaidades e grandes declarações. Quanto menos detalhes concretos dermos sobre os nossos planos defensivos, melhor será para que sejam cumpridos", alertou Zelesnky.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.401 civis morreram e 7.466 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 170.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

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