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Oficial na reserva alemão julgado por alegada espionagem para a Rússia

Um oficial do Exército na reserva alemão começou hoje a ser julgado na Alemanha por alegada espionagem para a Rússia entre 2014 e 2020.

Oficial na reserva alemão julgado por alegada espionagem para a Rússia
Notícias ao Minuto

21:51 - 11/08/22 por Lusa

Mundo Rússia

O Ministério Público Federal alemão, que é responsável pelos casos de terrorismo e espionagem, suspeita que tenha fornecido aos serviços de informação russos dados sobre os reservistas da Bundeswehr, "defesa civil" e sobre as consequências das sanções económicas impostas a Moscovo a partir de 2014.

O oficial teria também fornecido informações sobre a construção do controverso gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia e a Alemanha e que foi suspenso em fevereiro, segundo a mesma fonte.

Na abertura do processo, o acusado indicou que tencionava intervir na audiência seguinte marcada para 1 de setembro, de acordo com uma porta-voz do Tribunal Regional Superior de Düsseldorf.

Se condenado, este homem de 65 anos, que alegadamente agiu com base em simpatias russas, segundo os media, e sem ter sido pago pelos seus serviços, enfrenta uma pena de prisão de vários anos.

O veredicto é esperado em dezembro.

A revista Der Spiegel afirma que o suspeito, apresentado como Ralph G., esteve em contacto com dois colaboradores do serviço de inteligência militar russo GRU, oficialmente acreditados como adidos militares na Alemanha.

O suspeito admitiu os factos, segundo o semanário alemão, mas disse que não sabia que alguns dos seus contactos trabalhavam para os serviços secretos russos.

Ralph G. era um oficial da Bundeswehr na reserva e "chefiava um comando de ligação distrital como vice-chefe", disse o Ministério Público federal, quando foi acusado em abril.

A sua atividade profissional civil, que ainda não foi especificada até agora, também lhe permitiu ter assento em "vários comités da economia alemã".

Entre 2014 e março de 2020, estes duas funções permitiram-lhe transmitir em "numerosas ocasiões, documentos e informações em parte de fontes públicas, mas também de fontes não públicas".

De acordo com a publicação, o oficial na reserva também entregou extratos de um projeto de livro branco do Governo alemão no qual as passagens relativas às relações com a Rússia depois da anexação da Crimeia tinham sido consideravelmente endurecidas.

A comunicação com os russos teve lugar sob a forma de reuniões presenciais, por telefone e correio eletrónico, bem como através do 'whatsapp', afirma a Der Spiegel.

Alegadamente, o oficial foi pago em troca, incluindo "convites para eventos organizados por departamentos governamentais russos".

O julgamento ocorre num contexto de tensões acrescidas entre a Rússia e o Ocidente depois da invasão da Ucrânia pelas tropas russas em 24 de fevereiro.

Diversos casos de alegada espionagem têm prejudicado as relações entre Moscovo e Berlim nos últimos anos.

No final de outubro, os tribunais alemães condenaram um antigo empregado de uma empresa de segurança informática a uma pena de prisão suspensa de dois anos por transmitir dados sobre o Parlamento alemão à Rússia.

Em abril, a justiça alemã também condenou um cientista russo a uma pena de prisão suspensa de um ano por espionagem do programa espacial europeu Ariane para Moscovo.

As acusações de espionagem cibernética contra Moscovo também prejudicaram as relações entre russos e alemães, mesmo antes da ofensiva russa na Ucrânia.

Em particular, a Rússia é acusada de pirataria informática em grande escala que em 2015 visou os computadores do Bundestag e os escritórios da então chanceler Angela Merkel, bem como a NATO e o canal de televisão de língua francesa TV5 Monde.

Leia Também: AO MINUTO: Medvedev com separatistas; Recrutamento em prisões russas

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