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Observadores preocupados com desinformação nas presidenciais do Quénia

Observadores internacionais expressaram hoje preocupações com a propagação da desinformação no Quénia, enquanto aguardam os resultados das eleições presidenciais, que se espera sejam as mais renhidas da história do país.

Observadores preocupados com desinformação nas presidenciais do Quénia
Notícias ao Minuto

18:24 - 11/08/22 por Lusa

Mundo Quénia

Dois dias depois de 22,1 milhões de quenianos terem sido chamados às urnas, a contagem e verificação dos votos continuava hoje, esperando-se que os resultados oficiais sejam revelados, o mais tardar, no dia 16.

Os meios de comunicação social quenianos têm vindo a transmitir contagens provisórias, que anunciam um duelo "taco-a-taco" entre os dois favoritos, o vice-presidente em exercício, William Ruto, e Raila Odinga, uma figura histórica da oposição, que recebeu o apoio do Presidente cessante, Uhuru Kenyatta.

As redes sociais têm entretanto sido inundadas de desinformação, que os observadores internacionais enviados às eleições temem poder vir a ser uma fonte de tensões perigosas num país que assistiu a vários episódios de violência pós-eleitoral nas últimas duas décadas.

"A discrepância entre o anúncio de resultados oficiais pela comissão eleitoral [IEBC, na sigla em inglês] e os resultados provisórios, e por vezes contraditórios, anunciados pelos meios de comunicação social é uma fonte de preocupação", afirmou o chefe da missão de observadores da Commonwealth, Bruce Golding, natural da Jamaica, em declarações aos jornalistas.

"A desinformação e o incitamento ao ódio, particularmente via 'online'" são "apelos à violência por parte dos políticos e seus apoiantes", acrescentou.

Os observadores do Instituto Nacional Democrático (NDI), sediado nos Estados Unidos, também expressaram preocupação, considerando "importante que haja informação exata e precisa e que todos os cidadãos tenham acesso a ela", nos termos de um dos seus membros, Donna Brazile, igualmente em declarações à imprensa.

"O que está em causa é confiança dos cidadãos no sistema e na sua capacidade de funcionar corretamente. Não se trata de continuar a campanha", disse.

A Amnistia Internacional e várias organizações não-governamentais (ONG) quenianas já haviam alertado na quarta-feira para os "níveis crescentes de informação falsa ou enganosa" nas redes sociais.

Segundo as ONG, os candidatos e apoiantes de ambos os lados "procuraram intencionalmente informar mal o eleitorado e o público" sobre o processo eleitoral e os resultados.

Todas as eleições no Quénia desde 2002 têm sido contestadas, resultando por duas vezes em surto de forte violência, sendo a pior a ocorrida em 2007-2008.

A contestação dos resultados por Raila Odinga levou na altura a confrontos entre etnias, cujo balanço ascendeu a mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados, no maior surto de violência pós-eleitoral desde a independência do país em 1963.

O IEBC enfrenta este ano fortes pressões, muito por efeito da anulação das eleições anteriores pelo Supremo Tribunal queniano. O primeiro incidente do género em África resultou na repetição das eleições gerais em 2017, ficando o período entre os dois atos eleitorais marcado por dezenas de mortes, resultantes da repressão policial.

Este ano, a generalidade dos observadores, tanto locais como estrangeiros, consideraram que a votação na passada terça-feira decorreu geralmente sem problemas e de forma pacífica.

Os quenianos votaram para escolher o seu Presidente para os próximos cinco anos, mas também os governadores, deputados e senadores às duas câmaras do parlamento e mais de 1.500 funcionários eleitos locais.

O IEBC ainda não divulgou os números finais da afluência às urnas, mas na quarta-feira revelou que foi ligeiramente superior a 65%, número que contrasta com 78% nas eleições de agosto de 2017.

Leia Também: Eleições gerais no Quénia decorrem de forma "pacifica"

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