Jornal russo Novaya Gazeta multado por "abuso de liberdade de imprensa"
A porta-voz da publicação garantiu, no entanto, que a empresa de media se prepara para recorrer da decisão.
© Getty
Mundo Guerra na Ucrânia
O jornal independente russo Novaya Gazeta anunciou ter sido multado em 350.000 rublos (cerca de 5.619 euros no câmbio atual) devido a um "abuso de liberdade de imprensa" e por disseminar "notícias falsas", está a noticiar a Reuters, que cita a porta-voz da publicação, Nadezhda Prusenkova.
A multa deveu-se aos relatos, partilhados no website do jornal em março, fornecidos por uma testemunha ocular na cidade ucraniana de Kherson, ocupada pela Rússia. A Novaya Gazeta viria depois a ser obrigada a eliminar a peça da plataforma, a pedido da entidade reguladora russa, o Roskomnadzor.
Nadezhda Prusenkova garantiu, no entanto, que a empresa de media se prepara para recorrer da decisão.
Segundo disse o tribunal à agência de notícias russa TASS, o jornal russo foi sancionado por violar a lei sobre o "abuso da liberdade de imprensa". Em causa está uma lei que penaliza "a divulgação de informações falsas de importância social apresentadas como notícias confiáveis que gerem ameaça à vida ou à saúde dos cidadãos, ou gerem ameaças à ordem pública".
O jornal, que lançou a sua primeira tiragem de 1.000 exemplares a 1 de abril de 1993, foi forçado no final de março a suspender a sua publicação em papel e digital "até ao fim da operação especial no território da Ucrânia" iniciada em 24 de fevereiro.
O Novaya Gazeta deixou de noticiar a campanha militar russa após a aprovação de uma lei que pune com multas graves e até 15 anos de prisão a divulgação de "informações falsas" sobre o Exército russo.
Dmitri Murátov, reeleito diretor do jornal em novembro de 2021 e considerado o patriarca da imprensa livre na Rússia, recebeu o Prémio Nobel da Paz no ano passado junto com a jornalista filipino-americana María Ressa.
Após o início da campanha militar na Ucrânia, as autoridades encerraram os outros dois meios de comunicação social mais críticos ao Kremlin: a rádio Eco de Moscovo e o canal de televisão Dozhd.
Leia Também: Acordo de princípio para que Kyiv seja representada pela Suíça na Rússia
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com