Ex-líder do partido do Presidente da RDCongo na oposição detido

O ex-líder do partido do Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), que recentemente passou para a oposição, foi detido hoje em Kinshasa no âmbito de um processo por desrespeito ao chefe de Estado.

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© Reuters

Lusa
09/08/2022 20:09 ‧ 09/08/2022 por Lusa

Mundo

RDCongo

Deputado e ex-vice-presidente da Assembleia Nacional, "Jean-Marc Kabund foi colocado, sob mandado de prisão provisória", no estabelecimento prisional de Makala, na capital, após interrogatório, disse um procurador à agência France-Presse junto ao Tribunal de Cassação.

De acordo com a acusação, consultada pela agência noticiosa, Kabund está a ser processado por "desrespeito ao chefe de Estado, acusações lesivas e difamação".

Eleito por Kinshasa, Jean-Marc Kabund foi para a oposição em julho, depois de ter sido expulso do partido presidencial, a União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), e de ter renunciado ao cargo de primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional congolesa.

Ao anunciar a criação de seu próprio partido político, "Aliança para a Mudança", Kabund criticou "a ausência de uma visão clara", "incompetência notória e má gestão institucionalizada caracterizada por imprudência, irresponsabilidade, uso indevido de bens públicos no topo do Estado", pelo 'staff' do Ppresidente Félix Tshisekedi.

"Quando falo em peculato (...) são centenas e centenas de milhões de dólares, colocados em paraísos fiscais, colocados em multinacionais, é dinheiro vivo saindo do país em jatos particulares", afirmou em entrevista à rádio francesa RFI.

Kabund também teve palavras duras contra as câmaras do parlamento. Sob Tshisekedi, "o parlamento (tornou-se) um lugar para tratar de assuntos irrelevantes e de teatro de palhaços políticos", afirmou.

A sua detenção ocorreu quando o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visita Kinshasa, onde terá um encontro com o Presidente Tshisekedi.

Na RDCongo, as vozes levantam-se cada vez mais para denunciar as prisões de opositores no país.

Blinken "deve denunciar a crescente repressão a ativistas, manifestantes e jornalistas, e alertar contra a crescente intolerância à crítica", disse o ativista Floribert Anzuluni, do movimento pró-democracia Filimbi.

Para Anzuluni, esta tendência do regime no poder desde janeiro de 2019 na RDCongo "arrisca-se a comprometer a realização de eleições livres, credíveis e atempadas em 2023".

Leia Também: EUA "preocupados" com apoio do Ruanda a rebeldes na RDCongo

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