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Itália e Eslovénia em azeda disputa legal à conta do vinagre balsâmico

Eslovenos querem usar o termo para o seu vinagre. Itália joga com a tradição de Modena para impedir proliferação da marca.

Itália e Eslovénia em azeda disputa legal à conta do vinagre balsâmico
Notícias ao Minuto

15:04 - 09/08/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Vinagre

Os governos de Itália e Eslovénia estão envolvidos numa disputa legal na Comissão Europeia, depois das autoridades italianas terem iniciado um processo para defender a autenticidade do vinagre balsâmico, produzido especificamente nas regiões de Modena e Reggio Emilia.

O vinagre balsâmico, apesar de ser um produto disponível em muitos supermercados em todo o mundo, é um termo restrito ao vinagre produzido em duas regiões do Norte de Itália, com uma história que advém de tempos medievais. O termo italiano 'aceto balsamico tradizionale di Modena', ou 'di Reggio Emilia', está consagrado desde 2009 pela União Europeia, como um produto com denominação de origem protegida (DOP), no Regulamento N.º 583/2009 da Comissão Europeia (CE) - o termo 'vinho do Porto', por exemplo, também se encontra protegido por uma DOP.

No ano passado, a Eslovénia provocou a ira gastronómica das autoridades italianas, quando notificou a CE que planeava denominar o seu vinagre, um produto feito com uma mistura de vinagre de vinho misturado com sumo de concentrado, como 'vinagre balsâmico'.

A Itália opôs-se imediatamente à intenção, e o ministério da Agricultura apelou, alegando que uma proliferação do termo iria prejudicar a excelência da marca do vinagre balsâmico, uma indústria avaliada em mil milhões de euros.

Na altura, Stefano Patuanelli, ministro da Agricultura, disse que "a proteção da herança de comida e vinho italiana é uma prioridade do governo". Agora, o governo (ainda) liderado por Mario Draghi, a braços com uma crise política e eleições antecipadas, deu "luz verde" para o estado lutar nos tribunais europeus pela denominação.

"Depois de meses de espera e preocupação, vemos finalmente um pouco de luz", afirmou Mariangela Grosoli, presidente do consórcio para a proteção do vinagre balsâmico de Modena, citada pelo The Guardian.

O jornal britânico recorda, no entanto, que produtores de vinagre balsâmico perderam uma batalha judicial em 2019 contra uma empresa alemão, que procurava usar o termo 'aceto balsamico' nos seus produtos - a empresa venceu e passou a denominar o produto como 'deutscher balsamico'.

Na altura, o Tribunal de Justiça da União Europeu (TJEU) deliberou que, apesar do termo 'aceto balsamico di Modena' ser usado apenas pelos produtores de Modena, os termos 'aceto balsamico' podem ser aplicados para qualquer vinagre com um sabor frutado.

Leia Também: Itália candidata o café expresso a património da UNESCO (outra vez)

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