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Bamako deve terminar violações dos direitos humanos pela credibilidade

As autoridades malianas devem inverter a tendência das violações dos direitos humanos para "garantir" a sua "credibilidade", defendeu hoje a Human Rights Watch (HRW), denunciando detenções ilegais, restrições à liberdade de expressão e desaparecimentos forçados.

Bamako deve terminar violações dos direitos humanos pela credibilidade
Notícias ao Minuto

13:54 - 09/08/22 por Lusa

Mundo Mali

"As autoridades malianas devem inverter esta tendência a fim de garantir a credibilidade da transição política", disse Jehanne Henry, investigador da HRW, numa declaração divulgada hoje, enumerando as recentes violações dos direitos humanos no Mali.

A HRW denunciou a "detenção e assédio de alegados críticos" das autoridades de transição dominadas pelos militares, após dois golpes de Estado complementares, em 2020 e 2021.

Entre estes críticos, salienta a HRW, estão Etienne Fakaba Sissoko - um economista preso em janeiro, após "alegadas observações subversivas" - e Oumar Mariko, um político "detido há quase um mês", após criticar o primeiro-ministro, Choguel Kokalla Maïga, e que "vive escondido desde abril".

Fily Bouare Sissoko e Mahamadou Camara, respetivamente ex-ministro e ex-diretor do gabinete do presidente, acusados num caso de corrupção que remonta a 2015, estão detidos desde agosto e setembro de 2021 sem julgamento, prossegue a organização.

A HRW também enumerou os vários obstáculos à liberdade de expressão desde que os militares chegaram ao poder: Expulsão do jornalista francês dos meios de comunicação pan-africanos Jeune Afrique, por falta de acreditação, a suspensão da acreditação dos correspondentes estrangeiros, e o "assédio" por "comentadores em linha" de críticos do governo...

"Tornou-se mais difícil convidar oradores livres para debates públicos", disse a organização. Esta "repressão dos meios de comunicação social e a detenção de críticos teve um efeito arrepiante na vida política e no espaço cívico", acrescenta Jehanne Henry na declaração.

A HRW também está preocupada com o destino de sete soldados presos em meados de maio, acusados de "fomentar um golpe de Estado". Bamako não forneceu "qualquer informação sobre o estado de saúde dos homens ou o seu paradeiro", acrescenta a ONG, referindo-se a "desaparecimentos forçados".

A 06 de agosto, Bamako escreveu à organização, "reafirmando o seu compromisso com os direitos humanos (...), mas não fazendo qualquer menção às conclusões" do comunicado.

Os militares no poder argumentam que o Mali recuperou a sua soberania e que pretende "refundar" o Estado maliano. Mas "alcançar uma sociedade democrática", recorda a HRW, "implica garantir o respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais".

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