Coligação convoca nova manifestação contra junta militar na Guiné-Conacri
A coligação FNDC convocou hoje uma nova manifestação contra a junta militar, no poder na Guiné Conacri, para 17 de agosto, encerrando as tréguas, por falta de resposta aos pedidos de "diálogo credível" sobre a transição do poder.
© Reuters
Mundo Guiné-Conacri
A Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), coligação de partidos, sindicatos e organizações da sociedade civil, organizadora da iniciativa, já promoveu as manifestações dos dias 28 e 29 de julho, também para denunciar "a gestão da transição" pela junta, e nas quais cinco pessoas foram mortas.
Depois, suspendeu os seus movimentos de protesto durante uma semana, incluindo o previsto em todo o país para 4 de agosto, "a pedido expresso" do chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, atual presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O coronel Mamady Doumbouya, que derrubou o presidente Alpha Condé, no poder desde 2010, prometeu a 05 de setembro passado devolver o poder aos civis eleitos dentro de três anos.
No entanto, quase todos os atores políticos do país e de Estados da África Ocidental, mediadores neste caso, querem que ele encurte aquele período.
A CEDEAO apelou, no dia 01 de agosto, "às autoridades guineenses, à classe política e à sociedade civil para se empenharem num diálogo inclusivo, a fim de aliviar a tensão e acordarem um calendário e modalidades razoáveis ??para o restabelecimento pacífico da ordem constitucional".
No entanto, a junta recusa-se a "responder aos muitos apelos ao diálogo sobre a transição", denunciou hoje a FNDC num comunicado, criticando também a "atitude crónica de desconfiança" do governo guineense face à CEDEAO, e a sua "gestão unilateral e transição autoritária", bem como "o uso ilegal de armas letais na gestão de manifestações".
Além de querer um "diálogo credível" com os atores políticos e a sociedade civil e estabelecer um prazo razoável e consensual para a duração da transição, a FNDC exige da junta a libertação incondicional de todos os seus militantes presos durante as últimas manifestações.
O presidente da CEDEAO assegurou no final de julho que tinha convencido a junta a acelerar o regresso à democracia de três para dois anos, informação que não foi confirmada pelas autoridades guineenses.
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