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Uma carta de sangue e uma imolação depois, homem é condenado a perpétua

Manoj Bansal queimou a mulher porque ela não tinha filhos rapazes. Filhas testemunharam contra o pai mais de 100 vezes.

Uma carta de sangue e uma imolação depois, homem é condenado a perpétua
Notícias ao Minuto

16:05 - 08/08/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Insólito

Duas jovens conseguiram fazer justiça nos tribunais depois de seis anos e de "mais de 100 idas a julgamento", na Índia.

Algumas testemunhas contaram à BBC que Manoj Bansal foi condenado a prisão perpétua, depois de as filhas, agora com 21 e 17 anos, terem lutado para que se fizesse justiça. Tudo aconteceu em 2016, e o caso tornou-se conhecido depois de as filhas, na altura com 15 e 11 anos, terem escrito com sangue uma carta ao responsável de Uttar Pradesh, estado indiano onde tudo se passou.

"Às 6h30, fomos acordadas pelos gritos da nossa mãe. Não pudemos ajudá-la porque a porta do nosso quarto estava trancada do lado de fora. Nós vimo-la a ser queimada", disseram as jovens num dos mais de 100 depoimentos que prestaram. 

A mãe terá sido queimada pelo pai - com o apoio de familiares que negam as acusações - com recurso a querosene, uma substância derivada do petróleo, e inflamável.

Os médicos contam que a mulher ficou com 80% do corpo queimado e que morreu alguns dias depois. Na altura, Manoj Bansal disse que a esposa se tinha suicidado. Logo após o crime acontecer, as crianças tentaram ligar para as autoridades, que terão ignorado a situação.

Foi apenas quando escreveram uma carta ao ministro Akhilesh Yadav, com o seu sangue, que o caso foi investigado e as autoridades envolvidas na situação suspensas, depois de estas alterarem a classificação do caso de assassinato para suicídio.

Segundo o que conta a BBC, o homem matou a mulher porque esta não tinha filhos rapazes. De acordo com a publicação, a mãe das jovens, Anu Bansal, chegou a ser sujeita a, pelo menos, seis abortos, depois de fazer exames que mostravam o género da criança - que era sempre feminino.

As jovens testemunharam contra o pai e disseram a mãe era vítima de violência de doméstica por "não dar à luz um filho". Em tribunal, explicaram que esta situação não aconteceu uma, mas várias vezes ao longo das suas vidas.

Recorde-se que em vários locais da Índia existe a crença de que ter um filho rapaz levaria com bom rumo o legado da família, assim como significaria que os pais iam ser bem cuidados na velhice, algo que não aconteceria no caso das filhas - já que as mulheres vão para os lares dos maridos.

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