RCA: Especialista da ONU apela a grupos armados para deporem as armas
Um especialista em direitos humanos das Nações Unidas apelou aos grupos armados na República Centro-Africana (RCA), em guerra há nove anos, para "deporem as armas" e "entrarem em diálogo político", de acordo com uma declaração hoje divulgada.
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Mundo ONU
No final de 2020, os mais poderosos dos muitos grupos armados que partilhavam dois terços do território na altura juntaram forças na Coligação de Patriotas pela Mudança (CPC) e lançaram uma ofensiva contra Bangui para derrubar o Presidente Faustin Archange Touadéra.
Os rebeldes chegaram às portas da capital Bangui, no início de 2021, antes de serem empurrados para fora da cidade pelas Forças Armadas da África Central (FACA), largamente apoiadas pelos paramilitares russos, onde continuam os seus ataques.
"Condeno veementemente a obstinação da Coligação de Patriotas pela Mudança e outros grupos armados que continuam a semear o terror, a insegurança e o sofrimento entre a população civil e as vítimas de violações e abusos", disse Yao Agbetse, um perito em direitos humanos da ONU.
No final de uma visita oficial de 10 dias ao país da África central, Agbetse exortou estes grupos armados a "empenharem-se no diálogo político".
O perito da ONU também denunciou as violações "inaceitáveis" dos direitos humanos, cometidas pelas FACA, nomeadamente no ataque à aldeia de Boyo, no centro do país, em finais de 2021.
Em 25 de julho, a ONU acusou as forças armadas da RCA de terem treinado e armado os milicianos que atacaram Boyo, abusos que poderiam constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou, em 30 de março, "graves violações dos direitos humanos" na República Centro-Africana, incluindo "assassinatos e violência sexual" contra civis, cometidos por grupos rebeldes, mas também pelas forças armadas do regime e seus aliados russos.
O perito em direitos humanos da ONU também apelou aos mercenários russos do grupo de segurança Wagner para que deixem de "obstruir o destacamento de operações de proteção" da missão de manutenção da paz das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca).
A RCA é o segundo país menos desenvolvido do mundo, segundo a ONU, e tem sido palco de uma guerra civil desde 2013, que foi muito mortífera nos seus primeiros anos, mas que diminuiu de intensidade desde 2018.
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