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Justiça francesa suspende expulsão de imã para Marrocos

A justiça francesa suspendeu hoje a expulsão para Marrocos de um imã, alegadamente próximo da Irmandade Muçulmana e acusado de antissemitismo, por considerar que a medida representa um "ataque desproporcionado" à "vida privada e familiar" do líder religioso.

Justiça francesa suspende expulsão de imã para Marrocos
Notícias ao Minuto

17:15 - 05/08/22 por Lusa

Mundo França

Assim que a decisão judicial foi conhecida, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que tinha solicitado a expulsão do imã, anunciou que iria recorrer da decisão junto do Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo.

Na semana passada, o ministro divulgava a informação que Hassan Iquioussen, de 57 anos e nascido em França, mas com nacionalidade marroquina, seria em breve expulso do país, depois de ser acusado de tecer comentários antissemitas, homofóbicos e "anti-mulheres" durante pregações e conferências, algumas delas ocorridas há quase 20 anos.

"A existência de atos de provocação explícita e deliberada para discriminar as mulheres não é suficiente para justificar a medida de expulsão sem interferência séria e claramente desproporcionada no seu direito de levar uma vida privada e familiar normal", afirmou o tribunal administrativo de Paris, na decisão hoje conhecida e citada pela agência AFP.

Segundo a advogada de Hassan Iquioussen, Lucie Simon, a decisão do tribunal é "comedida e equilibrada", que "rejeitou as observações conspiratórias, considerando que estas, por muito lamentáveis que sejam, não foram, no sentido jurídico, uma provocação explícita ao ódio".

"Hassan Iquioussen agradece ao sistema judicial francês por manter a cabeça fria apesar da cobertura mediática deste caso", acrescentou a advogada.

Na terça-feira, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, tinha anunciado que Marrocos tinha emitido um "título consular" - um documento especial para viagem única - para o imã Hassan Iquioussen, na sequência da decisão francesa de expulsar o religioso.

Na mesma ocasião, o ministro recordou que Iquioussen consta do registo de pessoas procuradas, adiantando ainda que o líder religioso foi "convocado para se apresentar na esquadra".

"Assim que a polícia o prender, será expulso do território nacional sem possibilidade de regresso", frisou então o ministro.

O anúncio da expulsão desencadeou uma série de protestos, nomeadamente com 31 mesquitas em Hauts-de-France a darem o seu apoio ao pregador e a defenderem que este estava a ser vítima de um "manifesto erro de avaliação".

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