Bruxelas critica "encerramento arbitrário" de rádio e TV na Nicarágua
A diplomacia da União Europeia (UE) criticou hoje o "encerramento arbitrário" de estações de rádio e televisivas católicas e comunitárias na Nicarágua, condenando o uso de "força policial excessiva" e a " violação da liberdade de expressão".
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Mundo Nicarágua
"A UE condena o encerramento arbitrário de sete estações de rádio católicas pelas autoridades nicaraguenses a 01 de agosto e de mais duas estações de rádio e de televisão comunitárias pouco depois", indica um porta-voz da diplomacia da UE em comunicado.
Em nome do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, o mesmo porta-voz adianta que "foi utilizada força policial excessiva para ocupar as instalações e para intimidar e dispersar os manifestantes desarmados com gás lacrimogéneo e tiros".
"Isto constitui mais uma violação da liberdade de expressão e da liberdade de religião ou crença", adianta.
"A UE continuará a acompanhar de perto a situação e a apoiar o povo da Nicarágua na sua legítima aspiração à democracia, ao respeito pelos direitos humanos e ao Estado de direito", conclui a diplomacia comunitária.
Na quarta-feira, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) classificou o encerramento pelo governo nicaraguense de 11 emissores de rádio e quatro canais de televisão como "parte de uma campanha que pretende eliminar a imprensa independente".
A maioria das estações encerradas no Departamento de Matagalpa, no centro da Nicarágua, pertence à Igreja católica, uma ação marcada por um "clima de agressões policiais contra templos católicos e sacerdotes", detalhou a SIP, em comunicado.
"De um só golpe, o governo da Nicarágua criou um deserto informativo no interior do país, onde as estações encerradas prestavam um valioso serviço comunitário a milhares de pessoas", disse Jorge Canahuati, presidente da SIP.
Canahuati, director-geral do Grupo Opsa, das Honduras, afirmou que com este encerramento de rádios e canais de televisão "pretende acabar com todo o vestígio de imprensa independente" no país centro-americano.
O encerramento das estações foi feito pelo Instituto Nacional de Telecomunicações e Correios, com recurso a agentes da polícia sandinista.
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