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Governo colombiano disponível para processo de paz sem abdicar de justiça

O novo governo colombiano está disponível para iniciar negociações de paz com os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e outros grupos armados, embora saliente que nenhum destes processos "significará a ausência de justiça".

Governo colombiano disponível para processo de paz sem abdicar de justiça
Notícias ao Minuto

06:34 - 04/08/22 por Lusa

Mundo Colômbia

"Nenhum processo de diálogo significará ausência de justiça. (...) É impensável perante os próprios colombianos pensar que os processos de paz podem ser realizados com impunidade, como se nada tivesse acontecido aqui", destacou o comissário de paz Danilo Rueda, no Encontro Plural pela Paz.

O encontro decorreu esta quarta-feira em Bogotá, organizado pela Defendamos la Paz, e contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leyva, membros da ONU, líderes dos principais partidos, parlamentares, empresários e atores-chave em outros acordos de paz, como o senador Humberto de la Calle, ou ex-membros das FARC, como Pastor Alape.

Rueda assegurou que, no entanto, é preciso considerar o que significa não haver justiça, já que os níveis de "superlotação nas prisões" são altos, e a lei em vigor refere "princípios restauradores", além do fato de que nem todos os grupos armados ilegais que operam na Colômbia têm o mesmo estatuto político.

Em 19 de junho passado, Gustavo Petro foi eleito o primeiro Presidente de esquerda na história da Colômbia, obtendo 50,47% dos votos na segunda volta das eleições, derrotando o candidato de direita Rodolfo Hernández, que obteve 47,27% dos votos expressos.

Os processos que começam em 07 de agosto, no mesmo dia em que Gustavo Petro substitui Ivan Duque na presidência, não começarão "do zero" e o novo governo pretende "honrar a história" e o trabalho já realizado por outros governos e instituições.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leiva, assegurou que a primeira coisa a fazer é "reconstruir em torno de uma política estatal de paz", ou seja, uma "paz total" defendida por Gustavo Petro em que se coloque o fim "em todas as formas de violência".

Desde a vitória de Petro nas eleições, a Colômbia voltou a falar sobre a paz, apesar dos massacres nos territórios sucederem-se diariamente, numa média de um a cada quatro dias.

Perante o problema, a retoma das negociações com o ELN é uma das prioridades do novo governo.

O objetivo é retomar o que foi alcançado no governo do presidente Juan Manuel Santos (2010-2018), quando as bases da negociação foram lançadas em Havana, e apesar de outros países, como o Chile, se oferecerem para sediar as conversações, o novo Executivo pretende que estas continuem na ilha.

O ELN, que se fortaleceu durante o atual governo, mostrou a sua disponibilidade para retomar as negociações iniciadas em fevereiro de 2017 em Quito, que em maio de 2018 foram transferidas para Havana, onde a última ronda de negociações foi concluída sem avanços naquele ano.

As negociações estão suspensas desde então, devido à exigência de Duque de que o ELN liberte todos os reféns que tem em seu poder e que renuncie a todas as suas atividades criminosas.

Após o ataque contra uma academia da polícia de Bogotá, em janeiro de 2019, que causou 22 mortos e 68 feridos, o governo pediu a Cuba que entregasse os negociadores que estão em Havana, mas a ilha invocou protocolos diplomáticos para não atender ao pedido.

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