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Ucrânia. UE apoia criação de centros para sobreviventes de crimes sexuais

A União Europeia (UE) está a apoiar a criação, na Ucrânia, de centros para sobreviventes de crimes sexuais durante a invasão russa, anunciou a Comissão Europeia, condenando que a violação seja "usada como arma".

Ucrânia. UE apoia criação de centros para sobreviventes de crimes sexuais
Notícias ao Minuto

15:31 - 03/08/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

A posição é da comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, que em entrevista à Lusa e outras agências internacionais, em Bruxelas, diz que as autoridades ucranianas pediram à UE "para apoiar a criação de um centro de sobreviventes porque eles não têm capacidade para lidar com todas as vítimas de violência sexual, mas também outro tipo de vítimas da guerra, e precisam da experiência europeia para tratar as pessoas".

"É por isso que eles queriam estes centros especiais de sobreviventes e, por isso, agora estamos a financiar e eles estão a começar a criar um número considerável de centros de sobreviventes em todo o país", revela Ylva Johansson.

Dados do executivo comunitário enviados à Lusa apontam que foram já inaugurados quatro centros para sobreviventes no país, que contam com especialistas europeus e apoio financeiro comunitário, esperando-se mais nos próximos meses.

Destacando a "boa cooperação" entre o governo ucraniano e o executivo comunitário, Ylva Johansson apontou estar, juntamente com a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Olha Vitaliyivna Stefanishyna, "muito empenhadas nisto".

Nestes mais de cinco meses de guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, foram já várias as denúncias de mulheres e crianças sobre crimes como violação e agressão sexual, que ficaram também evidentes após a retirada das tropas russas dos subúrbios de Kiev e de cidades vizinhas.

"Quando se trata de crimes de guerra, isto é algo de que os Estados-membros [da UE] também estão a recolher dados e a fazer investigações. A Ucrânia está a fazê-lo e temos uma equipa de investigação conjunta" no terreno, lembra a comissária europeia.

Além disso, "eles estão agora a fazer um estudo a partir das pessoas que encontram nos centros de sobreviventes e, dentro de alguns meses, eles poderão colocar mais factos sobre a forma como esta violação está a ser usada como arma na guerra", adianta Ylva Johansson.

A UE está a apoiar a investigação lançada pelo procurador do TPI, o britânico Karim Khan, tendo em abril passado sido acordada uma equipa conjunta de investigação da Eurojust (agência europeia para a cooperação judiciária penal) e do Tribunal Penal Internacional, em colaboração com a Europol (agência europeia para a cooperação policial) e vários Estados-membros, juntamente com a Ucrânia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro passado uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou milhares de civis, causando ainda a fuga de milhões de pessoas, algumas para fora do país.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Nos últimos meses, em que o país está em confronto armado após a invasão russa em fevereiro passado, a UE mobilizou 2,2 mil milhões de euros em apoio financeiro à Ucrânia.

Leia Também: Ucrânia. OSCE denuncia violência sexual como "tática de guerra"

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