Marrocos emitiu documento que permite acolher imã expulso por França
Marrocos emitiu um "título consular" para o imã Hassan Iquioussen, na sequência da decisão da França de expulsar o religioso, conhecido pelas suas ligações à Irmandade Muçulmana, anunciou hoje o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.
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Mundo Marrocos
O ministro tinha anunciado na semana passada a expulsão do imã ligado à Irmandade Muçulmana, por alegadamente apelar ao ódio, sobretudo contra a comunidade judaica.
Respondendo hoje a uma pergunta na Assembleia Nacional, Gérald Darmanin agradeceu a Marrocos a emissão deste título consular - um documento especial para viagem única -, sugerindo que a expulsão será concretizada rapidamente, assim que o pregador, residente no norte de França, for detido.
Iquioussen consta do registo de pessoas procuradas, recordou o ministro, adiantando que foi "convocado para se apresentar na esquadra e assim que a polícia o prender, será expulso do território nacional sem possibilidade de regresso".
A advogada do imã, Lucie Simon, anunciou no Twitter ter levado o caso ao tribunal administrativo de Paris defendendo "o direito a uma solução eficaz como garantido pela Constituição" e alegando que a expulsão "não pode ter lugar perante um juízo imparcial sobre a sua legalidade".
Este recurso "não é suspensivo" da expulsão, "mas é prática corrente aguardar pela decisão do juiz", disse a advogada à France-Presse, sem avança pormenores sobre a localização do seu cliente.
O anúncio da expulsão desencadeou uma série de protestos, nomeadamente com 31 mesquitas em Hauts-de-France a darem o seu apoio ao pregador, acreditando que foi vítima de um "manifesto erro de avaliação".
Nascido em França, em Denain, e a viver perto de Valenciennes, Iquioussen, de 57 anos, decidiu, segundo o ministro do Interior, não escolher a nacionalidade francesa e tem por isso nacionalidade marroquina.
O ministro recordou as razões da expulsão, nomeadamente comentários antissemitas, teorias da conspiração e contra a igualdade entre mulheres e homens, e por ter qualificado como "pseudo-atentados" os ataques ocorridos em 2015 em França.
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