"São dois incidentes separados, os 46 detidos fazem parte da operação multidisciplinar Hawks sobre mineração ilegal", explicou Thandi Mbambo à Lusa.

A porta-voz da unidade de investigação criminal Hawks (no acrónimo em inglês) da polícia sul-africana precisou que as forças de segurança prenderam 81 pessoas no fim de semana na mesma área, num incidente distinto, escusando-se a adiantar detalhes sobre a nacionalidade dos detidos.

"Não tenho a certeza sobre o primeiro incidente, mas sei que hoje há vários estrangeiros, mas os agentes encontram-se ainda a tentar processá-los, o que pode levar tempo, pois alguns têm identidades falsas", salientou à Lusa.

Nesse sentido, a porta-voz policial sul-africana sublinhou que "só poderemos divulgar depois de confirmar as suas identidades e moradas, o que pode levar algum tempo, pois a maioria não fornece informações verdadeiras".

O ministro da Polícia, Bheki Cele, e o comissário de polícia de Gauteng, Elias Mawela, acompanhados de várias unidades táticas, meios aéreos e por elementos dos Hawks, revistaram hoje várias minas abandonadas na área de Krugersdorp, onde oito mulheres foram violadas coletivamente na semana passada.

Em declarações aos jornalistas no local, o governante sul-africano frisou que as autoridades estão a investigar as atividades de mineração ilícita na região de West Rand.

"O que é preocupante, é ver muito jovens de Moçambique, e não sei se chegaram por conta própria até aqui. Parece que há algum tipo de tráfico humano. Talvez estejamos a fazer o suficiente no terreno, mas é preciso encontrar os chefes", referiu o ministro Bheki Cele, sem avançar mais detalhes.

Segundo a polícia sul-africana, na operação de hoje há a registar uma morte em resultado de uma troca de tiros entre a polícia e os alegados suspeitos, que as autoridades dizem serem mineiros ilegais.

Nenhum dos detidos foi acusado até ao momento por violação coletiva no incidente que chocou o país nos últimos dias, mas a polícia culpou imigrantes ilegais que trabalham nas minas na área -- e que são conhecidos localmente como Zama Zama.

Na quinta-feira, um gangue armado invadiu um local onde estavam a decorrer as filmagens de um videoclipe, numa mina abandonada perto de Krugersdorp, e violou oito jovens raparigas que faziam parte do elenco. A equipa de filmagem foi também assaltada.

A violação de oito mulheres na pequena cidade mineira de Krugersdorp, na semana passada, chocou o país, colocando em foco os crescentes incidentes de violência de género na África do Sul, segundo analistas sul-africanos.

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