Roma, 28 jul 2022 (Lusa) - A líder dos Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, afirmou hoje que a Itália será um parceiro internacional de confiança se uma coligação de direita liderada pelo seu partido, de extrema-direita, vencer as eleições de 25 de setembro.
"Reiteramos que vamos garantir, sem ambiguidades, a posição italiana (na arena internacional) e o apoio absoluto à heróica batalha do povo ucraniano (contra a invasão russa)", disse Meloni à direção nacional do seu partido, numa reunião que convocou no início da semana para hoje.
"Podemos dizer que uma Itália liderada pelos Irmãos de Itália e o centro-direita será uma Itália que é fiável a nível internacional", declarou.
Meloni pode ser a próxima primeira-ministra de Itália e a primeira mulher no cargo, se, como apontam as sondagens, a coligação de direita e extrema-direita ganhar as eleições.
Os líderes dos três partidos dessa aliança concordaram, quarta-feira, que o partido que obtiver mais votos deve escolher o nome para propor ao Presidente da República, Sergio Mattarella, como primeiro-ministro.
Meloni, cujo partido está atualmente no topo das sondagens, fez um ultimato na segunda-feira, dizendo que não fazia sentido estar numa aliança sem um acordo sobre o candidato a primeiro-ministro.
O Força Italia (FI), de centro-direita, propôs adiar a decisão para uma votação de deputados após as eleições. "Vamos ganhar primeiro e depois ver quem levanta a taça", disse o coordenador da FI, Antonio Tajani.
Mas a posição de Meloni prevaleceu na reunião de quarta-feira, depois de o líder da Liga, Matteo Salvini, também ter defendido o princípio de que o partido que obtém mais votos deve ter o direito de escolher o candidato a primeiro-ministro.
O atual primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, presidiu a uma coligação de unidade nacional desde fevereiro de 2021, que foi apoiada por praticamente todos os partidos, com exceção do FDI, que agora lidera as intenções de voto.
Draghi demitiu-se na semana passada, mantendo-se no cargo até às eleições, após perder o apoio do M5S, do Força Itália e da Liga, levando à antecipação das legislativas.
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