Estas receitas foram registadas à medida que as armas de fogo têm sido utilizadas em tiroteios em massa que aterrorizam o país, com recentes casos numa loja em Buffalo, Nova Iorque (10 mortos) ou numa escola em Uvalde, Texas (21 mortos).
De acordo com o Comité de Supervisão e Reforma, que realizou a investigação, as armas são frequentemente vendidas a jovens que as veem como uma forma de provar a sua masculinidade, noticia a agência Associated Press (AP).
De acordo com o comité, alguns dos anúncios publicitários imitam jogos de tiro em primeira pessoa, enquanto outros afirmam que as armas colocam os compradores "no topo da cadeia alimentar da testosterona".
Para a líder do comité, a democrata Carolyn Maloney, de Nova Iorque, estas táticas de venda são "profundamente perturbadoras, exploradoras e imprudentes".
"Em suma, a indústria de armas está a lucrar com o sangue de norte-americanos inocentes", acrescentou.
O comité centrou a investigação em cinco grandes fabricantes de armas e concluiu que estas tiveram receitas combinadas de mais de 1.000 milhões de dólares nos últimos 10 anos com a venda de armas do estilo AR-15, que imitam o aspeto de armas de uso militar.
Os números das receitas foram divulgados antes de uma audiência do comité, que analisou a comercialização e venda destas armas de fogo, que ganharam notoriedade devido à sua utilização em massacres.
O comité concluiu ainda que duas das cinco empresas analisadas triplicaram as suas receitas nos últimos anos.
A Daniel Defense, empresa que fabricou a arma utilizada em Uvalde, a aumentar as suas receitas de 40 milhões de dólares em 2019, para mais de 120 milhões de dólares no ano passado. A empresa vende armas a crédito e anuncia que o financiamento pode ser aprovado "em segundos".
Já os ganhos da Sturm, Ruge & Co passaram de 39 milhões de dólares em 2019 para mais de 103 milhões de dólares, ao passo que a Smith and Wesson alertou que as suas receitas de todas as armas duplicaram entre 2019 e 2021.
Os aumentos coincidem com um aumento global recorde na venda de armas que coincidiu com o início da pandemia da covid-19.
De acordo com a investigação, os fabricantes de armas não recolhem ou analisam dados de segurança relacionados com armas de fogo.
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