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Negacionistas das mudanças do clima acusam meteorologistas de manipulação

São cada vez mais os que negam que as ondas de calor são mais frequentes e os verões estão mais quentes.

Negacionistas das mudanças do clima acusam meteorologistas de manipulação
Notícias ao Minuto

16:18 - 27/07/22 por Notícias ao Minuto

Mundo mudanças climáticas

Que as temperaturas têm escalado todos nós percebemos, mas se para uns isto é um sinal claro das mudanças climáticas, para outros as ondas de calor são apenas parte do verão. 

Os negacionistas das mudanças climáticas proliferam nas redes sociais e chegam mesmo a questionar os dados dos meteorologistas. 

De acordo com o jornal El País, que questionou meteorologistas, o assédio a acusações de manipulação dos mapas de temperaturas através das cores.

“Recebemos muitas reclamações e ataques sobre as cores dos mapas, acusam-nos de exagero, deve ser por as pessoas estarem muito irritadas por causa do calor”, disse Irene Santa, do eltiempo.es ao jornal espanhol.

Outro meteorologista do mesmo site de meteorologia, Andrés Gómez, diz que é uma "polémica absurda".

“Nunca pensei que em 2022 haveria quem acreditasse que a mudança climática é uma questão de escalas de cores manipuladas”, confessa Juan Jesús González Alemán, investigador da Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) de Espanha. Nas redes sociais são muitas as publicações que ironizam os tempos que se vivem defendendo que é “verão e faz calor no verão". 

Numa das publicações é mostrada a primeira página de um jornal de 1957 no qual se escrevia que aquele era o verão mais quente do século ao atingir 50 graus de máximas. 

A publicação da manchete do jornal é, de facto, verdadeira, mas os dados... esses nem tanto. O climatologista explica que não só o verão de 1957 não foi o mais quente do século - esse só aconteceria em 1994 - como nunca foram atingidos esses valores em Espanha.  

O recorde nacional, medido “numa estação que atende a todos os padrões da Organização Meteorológica Mundial (OMM)”, é de 47,4° em Montoro (Córdoba) em agosto de 2021 .

Beatriz Hervella, porta-voz da Aemet, explica que os 50 graus não são um "registo oficial". "No banco de dados climatológico nacional não há 50°, não há evidências de que essa temperatura tenha sido atingida naquele verão ou em qualquer outro”, garantiu Hervella. 

O climatologista Javier Martín Vide explica que os valores nos anos 50 não não eram submetidos aos "rigorosos controles de qualidade que são realizados agora" e daí a manchete do jornal.

Refira-se que em Portugal também há várias publicações nas redes sociais que negam os efeitos das alterações climáticas, alegando que as temperaturas elevadas que se registam são típicas desta altura do ano. 

Leia Também: Alterações climáticas. Desinformação leva população a duvidar da ciência

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