África Central quer fim do embargo de armas à República Centro-Africana
A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) vai defender junto das Nações Unidas o levantamento do embargo de armas contra a República Centro-Africana, imposto pela ONU em 2013, segundo uma nota de imprensa divulgada hoje em Luanda.
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Mundo ONU
O comunicado, distribuído pelo Ministério das relações Exteriores, situa aquela decisão como uma das conclusões da XXI Sessão Ordinária da Conferência dos chefes de Estado e de Governo da CEEAC, que terminou hoje em Kinshasa.
A República Centro-Africana (RCA) vive uma situação de violência sistémica desde 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes de maioria muçulmana - a Séléka -- tomou Bangui e derrubou o Presidente François Bozizé, desencadeando uma guerra civil.
Dois terços do país - rico em diamantes, urânio e ouro -- chegaram a ser controlados por milícias e, segundo a ONU, cerca de 692.000 pessoas fugiram das suas casas por causa da violência.
Portugal integra a missão da ONU na RCA: atualmente, de acordo com dados disponibilizados pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) na sua página oficial, estão empenhados na RCA 193 militares portugueses e 45 meios.
Também na RCA, mas no âmbito da missão de treino da União Europeia (EUTM-RCA), estão atualmente empenhados 21 militares.
A Minusca tem como objetivos "apoiar a comunidade internacional na reforma do setor de segurança do Estado, contribuindo para a segurança e estabilização" da República Centro-Africana, segundo o EMGFA.
Na reunião que hoje terminou em Kinshasa foi analisada a situação política e de segurança na região, em particular na região leste da República Democrática do Congo (RDCongo), tendo sido aprovado um apelo à solidariedade dos países membros e para aderirem ao Roteiro de Luanda relativo a cessação das hostilidades pelo movimento rebelde M23 e a retirada imediata das áreas que ocupa em conformidade com o Comunicado Final da míni cimeira realizada em 20 de junho passado em Nairobi.
A reunião foi presidida pelo chefe de Estado da RDCongo e presidente em exercício da CEEAC, Félix-Antoine Tshisekedi, e no início dos trabalhos foi observado um minuto de silêncio em memória do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, um dos fundadores da CEEAC, falecido em 08 de julho.
Em representação dos três países lusófonos que integram a CEEAC, participaram na reunião o Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodorin Nguema Obiang, e o chefe da diplomacia de Angola, Téte António.
Fazem parte da CEEAC, além dos três países lusófonos e da RDCongo, o Burundi, Camarões, Chade, Gabão, República Centro-Africana, República do Congo e Ruanda.
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