A investigação foi aberta pela Procuradoria Nacional das Finanças (PNF), um organismo espacializado em investigações complexas na área do crime económico-financeiro.
As averiguações foram confiadas ao Gabinete Central para a Repressão do Crime Financeiro Grave, depois de a organização anticorrupção Transparência Internacional ter apresentado uma queixa - no final de maio, em Paris - por atos de lavagem de dinheiro.
As ações ilegais agora investigadas procuravam alegadamente obter ganhos ilícitos em França, cometidos por "empresários e altos funcionários próximos de Vladimir Putin", segundo fontes das autoridades francesas.
De acordo com a Transparência Internacional - que não divulga os nomes das pessoas visadas, para "evitar represálias" - o esquema "estende as suas ramificações a França, no setor imobiliário".
"A ambição das medidas de sanções contra a Rússia e os primeiros anúncios do congelamento de bens esbarram nas dificuldades de identificar as propriedades das pessoas sancionadas. Em França, como em outros lugares, o rastreamento dos bens dos oligarcas e pessoas próximas do regime russo está bloqueado", explicou aquela organização não governamental.
"Conseguimos fazer um inventário dos bens imobiliários em França de vários oligarcas e pessoas próximas do regime russo, identificar as cadeias de propriedades criadas para esse fim e reunir um corpo de provas sobre os recursos de origem ilícita que possibilitaram a aquisição desse património", explicou Patrick Lefas, presidente da Transparência Internacional.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em final de fevereiro, a comunidade internacional organizou uma lista de nomes de oligarcas russos cujos bens foram congelados em retaliação pela invasão.
Em França, foram identificadas várias propriedades (quintas, moradias e apartamentos), na Côte d'Azur, na região Rhône-Alpes, em Paris e também em vários pontos na região sudoeste.
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