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Consumo de carne de cão na Indonésia. "Qual é a diferença?"

Quase 19 milhões de pessoas consomem carne de cão na Indonésia, mas, apesar da luta dos ativistas para que seja proibido o consumo, há quem não veja diferença na carne.

Consumo de carne de cão na Indonésia. "Qual é a diferença?"
Notícias ao Minuto

15:06 - 25/07/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Indonésia

O número de restaurantes que vendem carne de cão na Indonésia tem vindo a aumentar, de acordo com o que grupos de ativistas contaram numa reportagem da publicação Al Jazeera. Apesar de a maioria dos habitantes serem muçulmanos e consideraram o consumo desse tipo de carne proibido - tal como acontece com o porco -, cerca de 7%  dos indonésios consumem esta carne. Segundo os dados da Jazeera, serão quase 19 milhões de pessoas.

"Hoje estou a comer cão porque tenho fome", explicou Silas Sihombing quando questionado sobre as razões para o fazer. "E está a fazer-me suar. A carne de cão faz-nos sentir muito quentes", explicou o homem num restaurante em Medan, na província da Sumatra do Norte.

Um ativista indonésio contou ainda à Al Jazeera que a procura pela carne de cão gerou um problema de fornecimento, e que há animais na rua a serem envenenados. De acordo com o ativista Dicky Senda, os cães na rua são envenenados com potássio, o que os faz desmaiar sem, segundo o responsável, afetar a qualidade da carne. "Perdi cinco ou seis cães nos últimos anos assim", contou.

Apesar de o consumo desta carne ter vindo a aumentar, de acordo com a organização 'Dog Meat Free Indonesia' ('Indonésia sem carne de cão', na tradução livre), há quem esteja habituado a comer este animal desde criança. "Não se podem matar tigres ou elefantes porque eles estão em perigo, mas há imensos cães. Quando há cachorros, normalmente as ninhadas são grandes", contou Sihombing. "Qual é a razão legal para se proibir a morte e consumo destes animais quando se fazem o mesmo com outros?", questionou.

E as doenças?

O consumo desta carne acontece, sobretudo, na parte cristã do país, e, apesar de as organizações alertarem cada vez mais para os riscos de saúde pública, nomeadamente, para o aparecimento de surtos de raiva, os consumidores não querem que a venda desta carne seja proibida.

Uma das pessoas com que a Al Jazeera falou defendeu que, ao contrário dos surtos de raiva acima referidos, o consumo de carne de cão "faz bem". "Sou a prova disso. Tive Covid-19 e comi uma sopa de cão e fiquei a sentir-me melhor", garantiu Maria Tarigan, dona de um restaurante. 

Apesar de ter esse tipo de carne no menu e ser essa a razão pela qual desconfia que uma aplicação de entrega de comida não permitiu a sua inscrição, Maria explica que tem que ir a vários sítios para obter esta carne. "Temos cerca de 20 fornecedores", disse. "Chamam-me e dizem-me quando têm cão em stock. Vamos buscar cães a vários sítios. Se houver cachorros, também vendem aqueles que não querem", explicou.

Segundo contou à Al Jazeera, matam cerca de 21 cães por  semana, mas Maria diz que, apesar de não ver diferença entre as carnes, não tem nenhum cão. "Se eu tivesse um cão e alguma coisa lhe acontecesse claro que ia chorar, especialmente se ele estivesse sempre comigo e abanasse a calma quando chegasse a casa", rematou.

Leia Também: EUA anunciam apoio ao combate à fome na Somália no valor de 465 milhões

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