Após barricarem as principais ruas de Goma, a capital da província do Kivu Norte, centenas de manifestantes dividiram-se em dois grupos e invadiram a sede local da missão da ONU, bem como a sua base logística fora do centro da cidade.
Na sede da Monusco, os manifestantes em fúria queimaram pneus e objetos de plástico em frente ao portão e depois partiram a vedação, segundo um correspondente da AFP.
Os manifestantes partiram depois janelas e paredes e saquearam computadores, cadeiras, mesas e objetos de valor.
Os agentes da Monusco, presentes no local, foram retirados e transportados por dois helicópteros.
Cenas semelhantes ocorreram também na base logística da Monusco, onde um estudante fardado foi baleado na perna por uma bala disparada do interior da base logística.
A polícia da ONU utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, antes da intervenção das Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDCongo).
Vários manifestantes foram detidos pelas forças de segurança congolesas democráticas.
"Alguns manifestantes escalaram as paredes do nosso complexo" em Goma, disse à AFP o chefe adjunto da Monusco, Khassim Diagne, acrescentando: "Eles são saqueadores. Condenamo-los nos termos mais veementes. Isto é um verdadeiro vandalismo".
Em 15 de julho, em Goma, o presidente do Senado congolês democrático, Modeste Bahati, apelou à Monusco para "fazer as malas", após 22 anos de uma presença que não conseguiu impor a paz na parte oriental da RDCongo, que se encontra desestabilizada há quase três décadas.
A manifestação foi organizada a convite das organizações da sociedade civil e do partido governante União para a Democracia e o Progresso Social.
A Monusco é a maior missão da ONU no mundo, com pelo menos 14.000 soldados de manutenção da paz.
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