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Steve Bannon culpado por desobediência ao Congresso dos EUA

Steve Bannon, ex-estratega de Donald Trump, foi hoje considerado culpado de desobediência criminosa ao Congresso, depois de ter ignorado uma intimação para testemunhar e fornecer documentos à comissão parlamentar que investiga o assalto ao Capitólio. 

Steve Bannon culpado por desobediência ao Congresso dos EUA
Notícias ao Minuto

20:14 - 22/07/22 por Lusa

Mundo EUA

Considerado culpado nas duas acusações de desobediência pelas quais foi julgado, Bannon enfrenta uma sentença mínima de trinta dias de prisão. O ex-estratega de Trump sorriu quando o veredicto foi lido pelo porta-voz do júri, de acordo com a CNN. 

A leitura da sentença foi marcada para 21 de outubro. A pena máxima é de um ano de prisão para cada uma das duas acusações, bem como multas entre 100 a 100 mil dólares. 

O veredicto foi anunciado pouco mais de três horas depois do início das deliberações do júri, composto por nove homens e cinco mulheres, num julgamento presidido em Washington, D.C. pelo juiz Carl Nichols. 

Bannon, de 68 anos, é uma das principais figuras do populismo de direita nos Estados Unidos e foi o fundador do polémico site noticioso Breitbart, centro de difusão de informação da "direita alternativa" ("alt right"), um movimento associado a teses conspiratórias e que integra militantes de causas de supremacia da raça branca.

Dirigiu a bem-sucedida campanha presidencial de Donald Trump em 2016 e, após as eleições, tornou-se conselheiro presidencial.

Mesmo depois de ter saído da Casa Branca em agosto de 2017, Bannon manteve-se próximo de Donald Trump e conversou com o ex-presidente no dia anterior ao ataque de 06 de janeiro de 2021 à sede do Congresso, em Washington.

O interesse da comissão em Steve Bannon deveu-se ao seu trabalho junto de Trump quando este ocupava a Casa Branca, os laços que manteve com o ex-presidente e o que disse no seu podcast, "War Room", no período que antecedeu o ataque ao Capitólio. 

Os 14 elementos do júri só ouviram testemunhas da acusação e analisaram apenas as provas submetidas pela procuradora Amanda Vaughn. Foram instruídos a desligarem da comunicação social na quinta-feira, para não assistirem à oitava audiência pública sobre o assalto ao Capitólio, que foi transmitida em horário nobre. 

Bannon não testemunhou nem apresentou provas em sua defesa no julgamento e o advogado Evan Corcoran argumentou perante o tribunal, na quinta-feira, que o Departamento de Justiça não tinha apresentado provas suficientes para justificar a condenação criminal do arguido, depois de este ter ignorado a intimação para fornecer informações até 07 de outubro de 2021 e testemunhar até 14 desse mês sobre o assalto ao Capitólio. 

Steve Bannon declarou-se inocente do crime de desobediência ao Congresso e Corcoran informou o juiz Carl Nichols de que ele não iria testemunhar nem seriam apresentadas provas de apoio à defesa, visto que o ónus da prova residia na acusação. 

"O arguido, sr. Bannon, compreende que tem o direito de testemunhar em sua defesa, e quis fazê-lo desde o dia em que foi acusado", afirmou o outro advogado de defesa, David Schoen, citado pela CNN. 

No entanto, disse, ele não poderia usar as suas justificações visto que estas foram consideradas inadmissíveis em tribunal. Schoen lembrou que Bannon acreditara não poder cooperar com a comissão parlamentar por estar sob a alçada do "privilégio executivo" imposto por Donald Trump, e que este levantou dias antes do início do julgamento. 

Corcoran argumentou que o líder da comissão parlamentar, Bennie Thompson, deveria ter sido compelido a testemunhar no caso contra Bannon. Schoen disse que a ausência desse testemunho prejudicou a defesa do arguido. 

[Notícia atualizada às 22h14]

Leia Também: Bannon não apresentou defesa no julgamento nos EUA por desobediência

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