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RDCongo. Libertado jornalista que investigava minerais
O jornalista americano Nicolas Niarchos, detido na semana passada enquanto investigava as ligações entre minerais e grupos armados na República Democrática do Congo (RDCongo), foi libertado, anunciou hoje uma ONG especializada em assuntos judiciais, que acompanhava o caso.
© iStock
Mundo Nicolas Niarchos
"O jornalista Nicolas Niarchos foi libertado e deixou a RDCongo antes de ontem [segunda-feira] para o seu país, os Estados Unidos da América", disse por telefone Georges Kapiamba, presidente da organização Access to Justice (ACAJ), que tem sede em Kinshasa.
Niarchos, um jornalista freelancer que trabalha na Europa e África para meios de comunicação social norte-americanos, como o The New Yorker e The Nation, entre outros, foi detido na quarta-feira passada na cidade de Lubumbashi (sul), juntamente com um jornalista congolês.
"Houve várias pressões nacionais e internacionais para a sua libertação. Isto levou à sua libertação. No entanto, o seu colega congolês continua detido nas celas da Agência Nacional de Inteligência, a ANR", explicou Kapiamba.
O vice-presidente de uma comissão da província do Alto Catanga, Jeef Mbiya, disse à agência Efe, na segunda-feira, que Niarchos foi "acusado de ter abordado as milícias Bakata Katanga durante o seu trabalho".
De acordo com Mbiya, agentes da ANR transferiram o jornalista americano de Lubumbashi para Kinshasa.
"É verdade que ele [Niarchos] trabalhou numa série de relatórios sobre recursos naturais e minerais de sangue [obtidos em conflitos), mas ele caiu na rede da ANR porque se aproximou dos milicianos", acrescentou o vice-presidente.
O grupo rebelde Mai-mai Bakata Katanga, criado em 2011, é uma milícia que opera na província do Katanga para exigir autonomia e independência em relação ao resto do país.
Em setembro de 2020, tentaram tomar conta da cidade de Lubumbashi, a capital da província do Alto Katanga e a segunda cidade mais populosa da RDC, com espingardas AK-47, catanas, flechas e outras armas de fogo, resultando em pelo menos 19 mortes.
Nesta província, uma das mais ricas em recursos naturais do país, tem havido um movimento secessionista desde o tempo da independência da RDC em 1960, quando o seu líder, Moïse Tshombe, declarou a soberania desta área e proclamou-se presidente do novo Estado, que durou até 1963.
O sul da RDCongo é a principal área mineira do país, com mais de metade das reservas mundiais de cobalto, um mineral essencial para a construção de baterias para todos os tipos de dispositivos eletrónicos.
Nesta área existem também reservas de cobre, zinco, magnésio, prata, ouro, urânio e platina, entre outros minerais.
Leia Também: Jornalista que investigava minerais na RDCongo detido pelas autoridades
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