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Mais 10 civis mortos no Burkina Faso após suposto ataque jihadista

Pelo menos 10 civis morreram no domingo num ataque de supostos 'jihadistas' contra populações em Guissingori, no norte de Burkina Faso, disseram hoje fontes locais e de segurança.

Mais 10 civis mortos no Burkina Faso após suposto ataque jihadista
Notícias ao Minuto

20:44 - 18/07/22 por Lusa

Mundo Burkina Faso

"A aldeia de Guissingori foi alvo ontem [domingo] de um ataque de alegados fundamentalistas islâmicos. No ataque foram mortos pelo menos dez civis", afirmou a fonte de segurança.

Depois da sua incursão, os assaltantes saquearam propriedades e roubaram gado, acrescentou a mesma fonte.

Fonte local confirmou o ataque, referindo-se a uma avaliação inicial de oito corpos mas com o número a aumentar com a descoberta de outros cadáveres, sem mais detalhes.

A localidade de Guissingori fica na província de Yagha, na fronteira com o Níger, uma das áreas mais afetadas pela violência extremista islâmica no país.

Numa atualização sobre a segurança, o exército burquinabê anunciou ter realizado duas operações conjuntas com militares do Níger, que resultaram na morte de 83 extremistas.

Entre 26 de junho e 10 de julho, militares do Burkina Faso e Níger realizaram uma operação conjunta, chamada Koural, na área de fronteira comum de ambos os países, na qual 56 extremistas foram mortos e quatro soldados ficaram feridos.

As operações foram desencadeadas na fronteira comum dos dois países, "com um esforço particular na localidade de Seytenga", segundo o exército burquinabê.

Esta cidade do Burkina Faso foi palco de um massacre cometido por fundamentalistas islâmicos em 09 de junho, no qual 86 civis foram mortos.

"Estas ações, apoiadas por operações de informações, permitem manter a pressão sobre grupos terroristas armados e afrouxar o cerco em torno de localidades sob alta ameaça terrorista", disse o Departamento de Comunicação e Relações Públicas das Forças Armadas do Burkina Faso no seu relatório relativo à situação de segurança do país.

"Graças às ações ofensivas e ao reforço do dispositivo, a vida foi retomada na cidade de Solhan [nordeste] com um retorno gradual da população, a reabertura do comércio e a continuação do trânsito", acrescenta o documento.

Na sexta-feira, o ministro da Defesa do Níger, Alkassoum Indatou, disse que duas companhias de militares do seu país tinham-se estabelecido em Seytenga para ajudar o exército burquinabê e "garantir a segurança das principais estradas principais" que levam ao Níger.

À semelhança dos seus vizinhos Níger e Mali, o Burkina Faso está envolvido numa espiral de violência desde 2015, atribuída a movimentos extremista ligados à Al-Qaida e ao grupo fundamentalista Estado Islâmico, que provocaram milhares de mortos e 1,9 milhões de deslocados.

Mais de 40% do território está fora do controlo estatal, segundo dados oficiais.

O país tornou-se o epicentro da violência no Sahel, com mais ataques mortais do que no Mali ou Níger em 2021, segundo a organização não-governamental Acled.

No final de janeiro, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba derrubou o Presidente Roch Marc Christian Kaboré, acusado de não ter conseguido conter a violência extremista, e fez da restauração da segurança a sua "prioridade".

Mas a situação de segurança no Burkina Faso continua sem melhorar, pois o país ainda é alvo regular de ataques que provocam mortos e deslocados.

Leia Também: Políticos pedem coesão para combater violência jihadista no Burkina Faso

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