Mohammed Mooidheen e Vernon Pillay, bem como as suas mulheres, são acusados de suborno, fraude e branqueamento de capitais em atos praticados entre 2015 e 2017 e que estão relacionados com a construção da nova central elétrica Kusile, perto da capital, Pretória, de acordo com os procuradores da África do Sul que estão a investigar práticas de corrupção na empresa quanto Jacob Zuma era o Presidente do país.
As detenções são "apenas o início e espera-se que mais se sigam; a Justiça tem de mostrar que os dias de impunidade e roubo que continuam a privar o povo sul-africano dos serviços pelos quais tanto pagaram acabaram", afirmou a empresam numa declaração citada pela agência francesa de notícias, que é emitida numa altura em que o país tem sofrido repetidos cortes de energia devido à insuficiente produção.
A acusação diz que os suspeitos usaram a sua influência para adjudicar um contrato de 549,6 milhões de rands (cerca de 32 milhões de euros) à empresa Impulse International, "recebendo gratificações, incluindo dinheiro e carros de luxo".
Jacob Zuma foi condenado, em junho de 2021, a 15 meses de prisão por desacato, por se recusar a testemunhar perante um coletivo judicial que investigava a corrupção durante o seu mandato, e enquanto também enfrentava julgamento por suposta corrupção, por quase 800 pagamentos que supostamente recebeu relacionados com a compra de armas da empresa francesa Thales para modernizar o aparato de defesa do país no final dos anos de 1990.
O ex-presidente do Congresso Nacional Africano (ANC) - partido que liderou entre 2007 e 2017, quando foi afastado em conselho interno pelo seu vice-presidente e atual presidente, Ramaphosa - foi o primeiro chefe de Estado eleito a ser condenado a prisão.
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