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"Pai, acabou. Ela morreu". As perdas entre civis continuam na Ucrânia

Na quinta-feira, Natalia saiu para alimentar os gatos e não regressou a casa.

"Pai, acabou. Ela morreu". As perdas entre civis continuam na Ucrânia
Notícias ao Minuto

11:12 - 10/07/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia/Rússia

Natalia Kolesnik tinha aprendido a viver com os riscos e com os súbitos bombardeamentos por parte das forças russas, tal como os restantes residentes de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. Na quinta-feira, contudo, saiu para alimentar os gatos e não regressou a casa.

Viktor, esposo de Natalia, ficou em choque. Não a conseguia largar, conforme reporta a Associated Press.

“Pai, acabou. Ela morreu, levanta-te”, ouvia-se o filho do casal, Olexander, enquanto os socorristas esperavam para fechar o saco onde Natalia descansava.

“Não compreendes?”, questionou Viktor.

“O que é que não compreendo? Esta é a minha mãe. Pai, por favor. Pai, por favor”, apelou o filho.

“Não consigo ir embora”, replicou o pai que, de joelhos, abraçava a esposa com o queixo na sua cara.

“Estás coberto de sangue. As pessoas têm de a levar”, rematou Olexander.

Foi neste momento que Viktor fechou o saco, ficando, depois, sozinho num banco de jardim, a chorar.

“As pessoas sofreram, e para quê?”, lançou um vizinho que estava ali perto, enquanto observava os socorristas a auxiliarem os feridos.

“É horrível. Estou tão cansado disto. Todas as noites acordamos 10 vezes, esperamos que termine, esperamos até que comecem a disparar. O que é que os sacanas estão a fazer? Há prédios residenciais aqui”, reforçou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

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