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NATO. Aliança "bate à porta errada" ao considerar China um desafio

A NATO está a "bater à porta errada" ao classificar a China como desafio sistémico, disse hoje à Lusa um conhecido analista chinês, sugerindo que os aliados aprendam com Pequim sobre como lidar com Moscovo.

NATO. Aliança "bate à porta errada" ao considerar China um desafio
Notícias ao Minuto

08:42 - 09/07/22 por Lusa

Mundo NATO

Gao Zhikai, que é atualmente um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, considerou que a Aliança Atlântica está a "violar a região geográfica" que se comprometeu a defender - o Atlântico Norte -, aquando da sua fundação, ao incluir a China no seu novo Conceito Estratégico.

"Como é que a China constitui uma ameaça para a NATO ou qualquer um dos seus membros?", questionou. "É óbvio que esta decisão foi promovida pelos Estados Unidos, como parte da sua estratégia de conter o desenvolvimento da China".

Para Gao Zhikai, que serviu como intérprete do antigo líder chinês Deng Xiaoping, a retórica "hostil" da Aliança é "contra os interesses" dos restantes países membros.

O mais recente acordo feito pela China para comprar quase 300 aviões à fabricante europeia Airbus, num negócio avaliado em cerca de 36 mil milhões de euros, é "outro exemplo de porque os principais estados-membros da NATO, que também são membros muito importantes da União Europeia, devem aceitar a China como a maior potência económica do mundo em desenvolvimento, e não uma ameaça à qual se devem opor", descreveu o analista.

Na semana passada, a NATO classificou a Rússia como uma "ameaça" e a China como um "desafio sistémico" aos seus "interesses, segurança e valores".

"A China está a aumentar substancialmente a sua capacidade militar, incluindo armamento nuclear, e a intimidar os países vizinhos e a ameaçar Taiwan", destacaram os aliados no seu novo Conceito Estratégico.

Durante a cimeira da Aliança, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, acusou a China de "procurar minar a ordem internacional baseada em regras".

Gao Zhikai recusou, no entanto, que China e Rússia sejam aliadas. "A China não quer ser aliada de ninguém neste mundo", realçou.

Em entrevista à agência Lusa, o analista lembrou que, apesar de partilharem uma fronteira com mais de 4.000 quilómetros de distância, China e Rússia mantêm uma relação "pacífica" e de "benefício mútuo".

"A NATO quer culpar a China pelas hostilidades na Ucrânia. É um completo absurdo", disse.

"Penso que, se a NATO tivesse lidado com a Rússia, desde 1991, com o mesmo respeito que a China demonstrou, provavelmente não teríamos esta guerra na Ucrânia", vincou.

Semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, em 4 de fevereiro, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o homólogo russo, Vladimir Putin. Os dois líderes anunciaram então uma parceria "sem limites".

O país asiático recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

Leia Também: Venezuela, Rússia, Irão e China preparam exercícios militares conjuntos

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