Homem que recebeu coração de porco morreu de insuficiência cardíaca
O coração não foi rejeitado pelo corpo, o que encoraja os médicos.
© Reprodução
Mundo David Bennett
O primeiro homem a receber um coração de porco transplantado morreu de insuficiência cardíaca devido a vários fatores, não à rejeição de órgãos, o que levou os médicos envolvidos no ensaio a afirmar que, ainda assim, foi um sucesso.
David Bennett, de 57 anos, recebeu o coração geneticamente modificado a 7 de janeiro, após a Administração de Alimentos e Medicamentos ter dado autorização de emergência na véspera de Ano Novo.
Antes do transplante, Bennett tinha sido hospitalizado durante seis semanas com uma arritmia e tinha sido ligado a uma máquina de bypass. Estava em fase terminal de insuficiência cardíaca e não era elegível para um transplante de coração tradicional.
"As nossas descobertas sobre a autópsia não mostraram provas de rejeição", disse, citado pela NBC, o Dr. Bartley Griffith, professor de transplantes na Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland. "Em vez disso, assistimos a um engrossamento e posterior endurecimento do músculo cardíaco que levou à insuficiência cardíaca diastólica, o que significa que o músculo cardíaco não foi capaz de relaxar e encher o coração de sangue como deveria ser".
David Bennett, de 57 anos, morreu dois meses após a cirurgia.
A cirurgia foi feita na Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos da América, nos primeiros dias de janeiro, e marcou a primeira vez que um porco geneticamente modificado foi usado como doador de órgãos.
O processo experimental, que durou nove horas, substituiu o coração do homem pelo de um porco de 1 ano e 100 quilos criado especificamente para este fim.
Depois de se tornar conhecido mundialmente, o passado violento do homem foi também tornado público. Leslie Shumaker Downey, norte-americana, revelou no programa Today, da Radio 4, que Bennett tinha sido condenado por esfaquear o irmão dela, Edward Shumaker, deixando-o paralisado.
Ainda segundo Leslie, o crime ocorreu em abril de 1988, naquilo que terá sido um ataque de ciúmes. A mulher de Bennett ter-se-á sentado ao colo de Shumaker -que tinha 22 anos na altura - e foi esfaqueado sete vezes nas costas. Bennett, considerado culpado de agressão e porte de arma, foi condenado a dez anos de prisão.
À data, o Centro Médico da Universidade de Maryland defendeu que os crimes passados não desqualificam os pacientes.
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