ONU diz que precisa do "apoio" e "cooperação" das autoridades do Mali
O líder da Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), El-Ghassim Wane, disse hoje que precisa do "apoio" e "cooperação" das autoridades militares para cumprir o seu mandato, alguns dias após a sua renovação.
© iStock
Mundo Mali
"O nosso trabalho no Mali só pode ser realizado com o apoio e cooperação das autoridades malianas", afirmou Wane, numa conferência de imprensa em Bamaco, pedindo "diálogo constante" para superar "mal-entendidos".
O mandato da Minusma, presente no Mali desde 2013 com cerca de 13.000 soldados, foi renovado por um ano em 29 de junho, mas com a "firme oposição" do Mali à liberdade de circulação dos 'capacetes azuis' para investigações relacionadas com os direitos humanos.
O embaixador do Mali na ONU, Issa Konfourou, declarou que Bamaco "não pretende executar" as disposições ligadas à livre circulação de 'capacetes azuis' para investigações, sem que haja luz verde prévia. "Os movimentos da Minusma (podem) ser feitos apenas com o acordo das autoridades", afirmou.
Este obstáculo à liberdade de circulação dos 'capacetes azuis' data de janeiro, dizem os diplomatas, período que coincidiu com o destacamento no Mali de paramilitares da empresa privada russa Wagner.
Hoje, Wane reconheceu que a Minusma "não conseguiu ter acesso" nos últimos meses a várias localidades no centro e norte do Mali, palcos de abusos contra civis.
Em Moura (centro), onde terá ocorrido, entre 27 e 31 de março, um massacre de várias centenas de civis por soldados malianos ajudados por combatentes estrangeiros, segundo as organizações não-governamentais (ONG), a Minusma "não tinha as autorizações necessárias", disse.
"Tomámos as medidas necessárias para poder realizar essas investigações remotamente", sublinhou Wane, assegurando que a ONU "continuará a trabalhar o mais próximo possível das autoridades malianas".
"Espero que consigamos encontrar o 'modus vivendi' que nos permita cumprir [a implementação] do mandato", acrescentou.
Noutras partes do Mali, Wane admitiu a impossibilidade, por razões de segurança, da missão de se deslocar a locais onde ocorreram abusos para realizar investigações, como a Ménaka (nordeste), na zona de Anderamboukane, onde "centenas de civis" foram mortos em março e abril, de acordo com um relatório recente da ONU.
"É simplesmente impossível para nós ter acesso", frisou.
Leia Também: Dois 'capacetes azuis' morrem em explosão de mina no norte do Mali
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com