Primeiro-ministro destaca resiliência de Cabo Verde e pede valorização
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, destacou hoje a resiliência dos 500 anos de história do arquipélago e pediu aos cabo-verdianos para valorizarem o país e acreditar no futuro, apesar da atual crise.
© Lusa
Mundo Cabo Verde
"Hoje, mesmo em situações muito difíceis no país e no mundo, devemos celebrar o país resiliente que Cabo Verde é, muito valorizado a nível internacional. É uma democracia referência no mundo, é reconhecido como país resiliente, que produz resultados, com dinamismo económico, muito bem cotado e que atrai muita procura externa, quer de investidores quer de parceiros", afirmou Ulisses Correia e Silva na sua mensagem alusiva aos 47 anos da independência do arquipélago.
Para o chefe do Governo, "mesmo com os seus problemas", como atualmente a crise ainda provocada pela pandemia de covid-19, a forte subida de preços provocada pela guerra na Ucrânia ou os mais de três anos de seca no arquipélago, "há perspetiva de desenvolvimento" para Cabo Verde.
"Os próprios cabo-verdianos devem valorizar muito mais aquilo que é o seu país, acreditar no seu futuro. É só vermos a história de todo o percurso até agora, para, de facto, vermos que temos condições e um potencial enorme de crescimento", disse o primeiro-ministro.
"A resiliência da nação é antiga. Já ultrapassámos várias fases e adversidades e muitas dessas adversidades foram transformadas em soluções. Cabo Verde foi colónia durante 500 anos, depois tomou a independência, seguiram-se 15 anos de regime de partido único, depois conquistámos a liberdade e a democracia, e, hoje, Cabo Verde é uma referência de democracia no mundo", recordou ainda.
Cabo Verde proclamou a independência de Portugal em 05 de julho de 1975, data que, como é hábito, é assinalada hoje com uma sessão solene na Assembleia Nacional, na Praia.
O arquipélago conta atualmente com menos de 500 mil residentes, mas estima que um milhão e meio de cabo-verdianos e descendentes vivam no exterior, sobretudo nos Estados Unidos da América e na Europa.
"Também, se antes emigrámos por questões de sobrevivência, atualmente a nossa emigração é de sucesso, contribui para a economia cabo-verdiana. O sol e vento que representava estiagem, hoje são fontes de transformação em energias renováveis, assim como o mar que simbolizava partida e saudade, hoje é turismo, pesca, água dessalinizada, economia azul. A localização que nos colocava longe do mundo, hoje é estratégica pela proximidade da África, Europa e das Américas", enalteceu o primeiro-ministro, também numa alusão ao peso do turismo, que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.
"Tudo isso mostra a nossa história de resiliência, de ultrapassar constrangimentos e de transformá-los em soluções", afirmou Ulisses Correia e Silva, destacando que "47 anos depois, mesmo em situação de crises, o país tem conhecido um processo de desenvolvimento e é uma referência muito boa em África".
O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%.
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