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Primeiro-ministro de Cabo Verde afasta possibilidade aumento salarial

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, voltou hoje a afastar a possibilidade de aumento salarial, pedido pelos sindicatos, afirmando que o Governo vai concentrar esforços nas pessoas sem rendimento por causa das sucessivas crises.

Primeiro-ministro de Cabo Verde afasta possibilidade aumento salarial
Notícias ao Minuto

17:06 - 04/07/22 por Lusa

Mundo Cabo Verde

"Não há margem para aumentos, ainda por cima neste contexto que se agravou significativamente, não é só um problema de finanças públicas, é um problema depois de repercussão no setor privado e um problema de espiral inflacionista que isso poderá provocar", respondeu o chefe do Governo, quando questionado na cidade da Praia.

No domingo, o presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), José Manuel Vaz, voltou a pedir aumentos salariais, explicando que as crises estão a levar a subida dos preços de praticamente todos os bens e serviços, mas os salários dos trabalhadores permanecem os mesmos.

A secretária-geral da União Nacional dos Trabalhadores Cabo-verdianos -- Central Sindical (UNTC-CS), Joaquina Almeida, também já tinha chamado a atenção para a subida do custo de vida no país e pediu aumento salarial de 2% para a função pública.

Atualmente, Cabo Verde tem definido um salário mínimo nacional de 13.000 escudos (117 euros) no setor privado e de 15.000 escudos (135 euros) na função pública.

O primeiro-ministro pediu compreensão aos sindicatos, afirmando que os esforços do Governo vão ser concentrados nas pessoas com menos ou nenhum rendimento, para evitar que fiquem ainda muito mais pressionados pelos efeitos da crise.

"Estou a falar de pessoas sem emprego, de pessoas nas zonas rurais que sofrem os efeitos da seca, de famílias com problemas, o nosso foco deve ser na proteção e quando o país tiver condições de atualizar o salário mínimo, de fazer atualização salarial, fá-lo-á, mas não neste contexto de crise", acrescentou Correia e Silva.

O chefe do executivo garantiu que o Conselho de Concertação Social, que lidera, vai ser convocado no âmbito do "calendário regular", para analisar não só a situação de crise no país, mas também outras matérias que têm a ver com o esforço de recuperação, o relançamento da economia e as transformações estruturais.

O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%.

Os preços em Cabo Verde aumentaram 1,9% em 2021, indicam dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e o Governo prevê uma inflação de 8% este ano, a mais elevada dos últimos 25 anos.

Na sexta-feira, valor médio dos combustíveis à venda em Cabo Verde aumentou mais de 25%, segundo a Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME), o que levou o executivo a anunciar medidas estruturantes até dezembro para fazer face a esses aumentos.

Em 20 de junho, o chefe do Governo declarou a situação de emergência social e económica no país devido aos impactos da guerra na Ucrânia, dizendo que isso vai permitir ao país mobilizar recursos junto dos parceiros internacionais.

Leia Também: Cabo Verde reconhece "conquista" de Bissau com presidência da CEDEAO

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