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Navalny ironiza vida na prisão. "Vivo como Putin e Medvedev"
Enquanto Putin "deixa ministros sentados na sala de espera durante seis horas", os advogados de Navalny "têm de esperar cinco ou seis horas" para o verem, ironizou o opositor russo.
© Reuters
Mundo Alexei Navalny
O opositor do regime russo, Alexei Navalny, ironizou, esta sexta-feira, a forma como vive na prisão de alta segurança para a qual foi transferido há cerca de duas semanas, conhecida pelos maus tratos infligidos aos detidos.
“Vivo como Putin e Medvedev”, começou por afirmar o político na rede social Twitter, referindo-se ao atual e ao ex-presidente da Rússia. “Pelo menos penso assim quando olho para a vedação à volta da minha cela. Todos têm a vedação habitual, e no interior há varas para secar a roupa”, acrescentou.
Já no seu caso, a vedação tem “cerca de seis metros de altura” e assemelha-se apenas a algo que viu “nas investigações dos palácios de Putin e Medvedev”. Enquanto Putin “deixa ministros sentados na sala de espera durante seis horas”, os advogados de Navalny “têm de esperar cinco ou seis horas” para o verem.
1/12 I live like Putin and Medvedev.
— Alexey Navalny (@navalny) July 1, 2022
At least I think so when I look at the fence around my barrack. Everyone has the usual fence, and inside there are rods to dry the laundry on.
“Tenho um altifalante no meu quartel que toca músicas de glória ao FSB [serviços secretos russos] e penso que Putin também. Mas é aí que acabam as semelhanças”, alerta.
O presidente russo “dorme até às 10h, depois nada na piscina e come queijo cottage com mel”. Mas, no caso do político, “10 da manhã são horas de almoço porque o trabalho começa às 6h40”.
Sublinhe-se que o opositor do regime do presidente russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 45 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
Leia Também: Na prisão de Navalny, duas repreensões valem castigo. Opositor já tem uma
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