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Mali. França anuncia fim da força europeia Takuba

Paris anunciou hoje o fim da força Takuba no Mali, uma agregação de forças europeias que apoiava o combate contra os grupos 'jihadistas' no país e que foi vítima das tensões colaterais com os militares no poder em Bamako.

Mali. França anuncia fim da força europeia Takuba
Notícias ao Minuto

11:31 - 01/07/22 por Lusa

Mundo Mali

"A reorganização do dispositivo militar francês no Sahel, decidida em relação estreita com os parceiros europeus e norte-americanos, conduziu ao fim das operações da força Takuba no Mali a partir de 30 de junho", disse em conferência de imprensa o general Pascal Ianni, porta-voz do Estado-maior das Forças Armadas francesas.

A força Takuba, criada pelo antigo ministro da Defesa francês Florence Parly para partilhar com outros europeus o fardo da luta contra os 'jihadistas' no Sahel, sucumbiu após dois golpes de Estado no Mali, em agosto de 2020 e maio de 2021, a degradação das relações franco-malianas e o fim, este ano, da força anti-'jihadista' francesa Barkhane.

Segundo Ianni, as forças Barkhane e Takuba testemunham que "os europeus são capazes de realizar juntos em ambientes de segurança complexos" e "as lições" dessa experiência operacional irão perdurar.

A Takuba, símbolo da Europa da Defesa que o Presidente francês, Emmanuel Macron, defende, chegou a reunir uma dezena de países europeus, incluindo Portugal, e entre 800 e 900 soldados de elite.

A sua missão era ajudar as forças malianas a ganhar autonomia e permitir-lhes ganhar terreno na luta contra grupos extremistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico.

Portugal estava presente com cerca de duas dezenas de militares na operação da força especial europeia Takuba, ao lado de outros parceiros como Alemanha, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estónia, Grécia, Itália, Noruega, Holanda, Roménia, Reino Unido e Suécia.

Após meses de animosidade, as autoridades malianas controladas pelos militares que chegaram ao poder pela força em agosto de 2020 anunciaram em maio que consideravam nulo e sem efeito o tratado de cooperação no domínio da defesa assinado de 2014 com a França, bem como os acordos de 2013 e 2020 que estabelecem o quadro da presença da operação Barkhane e o reagrupamento das forças especiais europeias Takuba, iniciadas pela França.

A França classificou então como "injustificada" a decisão dos militares.

Ao romper com Paris, a junta de Bamako também rompeu com os seus aliados europeus, em favor da empresa mercenária privada russa Wagner, acusada de múltiplas violações de direitos humanos e outros tráficos no Oriente Médio e na África.

O fim da presença francesa no Mali terá impacto na missão da ONU no país (Minusma), que fica nomeadamente sem apoio aéreo, mas terá de se adaptar, segundo disse recentemente o porta-voz do contingente das Nações Unidas, Olivier Salgado.

Leia Também: OMC pede adesão dos países a acordo que limita subsídios à pesca ilegal

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