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Mulher foi deixada no chão por 15 dias até morrer. Pai e irmão condenados

Na altura em que morreu a mulher, de 61 anos, pesava cerca de 30 quilos.

Mulher foi deixada no chão por 15 dias até morrer. Pai e irmão condenados
Notícias ao Minuto

23:22 - 30/06/22 por Teresa Banha

Mundo Reino Unido

Um homem foi condenado a três anos de prisão por homicídio por negligência, em Leicester, no Reino Unido. Em causa está a morte da irmã, que esteve cerca de duas semanas imobilizada. De acordo com as publicações internacionais, o cadáver da mulher foi encontrado coberta com as próprias fezes, urina e vómito.

A mulher, que tinha 61 anos e cuja saúde se tinha vindo a "deteriorar" desde 2019 - não conseguindo andar - pesava cerca de 30 quilos.

Segundo algumas testemunhas, a família tornou-se "extremamente acumuladora" desde a morte da mãe, em 2005. Também terá sido por causa da morte "stressante" da mãe de Julie e Philip Burdett, de 61 e 59 anos, respetivamente, que a família ficou com uma aversão a hospitais. 

De acordo com um especialista ouvido pelo tribunal, Julie tinha as maiores úlceras com que se deparou em mais de 40 anos de experiência como enfermeiro. Também as feridas que tinha estavam infetadas com uma bactéria (Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina).

Apesar de Philip ter negado as acusações, o tribunal decidiu que condená-lo pois havia provas de que a mulher podia ter sobrevivido nos primeiros dias.

Também o pai de Julie e Philip esteve envolvido neste julgamento, e, apesar de ser absolvido de homicídio culposo, foi condenado por permitir que a filha morresse. O homem, de 93 anos, foi condenado a pena suspensa de dois anos.

"As falhas nos cuidados de saúde não foram apenas repugnantes, como também básicas. Julie precisava de cuidados médicos ou, pelo menos, de ser levantada do chão e colocada na sua cama", disse o juiz, durante a audiência.

"Precisava de uma alimentação adequada. Precisava também de que aliviassem as suas dores", afirmou, acrescentando: "Não há vergonha em pedir ajuda". 

Philip, que sofre de agorafobia (medo de lugares públicos) e de depressão, prometeu a Julie - assim como o seu pai - que não a levavam a um hospital e também que não deixavam que outra pessoa cuidasse dela. Confrontado com esta promessa, o juiz disse que não era motivo para o que aconteceu. "Não lhe tentaste fazer mal, mas estavas em negação", notou, rematando: "Aceito que se convenceram de que era do interesse da Julie ficar em casa, e enterraram a cabeça na areia".

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