Lavrov acusa Ocidente de erguer "cortina de ferro" em relação à Rússia
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, acusou hoje o Ocidente de estar a erguer uma nova "cortina de ferro" em relação à Rússia no meio de uma crise diplomática sem precedentes sobre a guerra na Ucrânia.
© Lusa
Mundo Ucrânia/Rússia
"A cortina de ferro já está a descer", disse Lavrov, usando a famosa frase do antigo líder britânico Winston Churchill, numa conferência de imprensa em Minsk com o seu homólogo bielorrusso, Vladimir Makei.
"Esta cortina de ferro está hoje a ser erguida pelo próprio Ocidente", acusou Lavrov, citado pela agência francesa AFP.
A expressão "cortina de ferro" foi usada por Churchill, num discurso em 1946, para acusar a então União Soviética de dividir a Europa.
O novo conceito estratégico da NATO, aprovado na cimeira que terminou hoje em Madrid, define a Rússia como o principal inimigo dos aliados.
No documento anterior, aprovado na cimeira de Lisboa, em 2010, a Rússia era considerada como um país parceiro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
Lavrov disse também que a Rússia e a Bielorrússia estão determinadas a travar quaisquer tentativas ocidentais de interferir nos seus assuntos internos.
"À luz das medidas francamente hostis tomadas pelos Estados Unidos e os seus satélites em relação aos nossos países, reafirmamos a nossa firme determinação em continuar a impedir quaisquer intromissões dos ocidentais nos nossos assuntos internos", disse Lavrov, citado pela agência russa TASS.
"Concordámos em continuar a combinar esforços para contrariar as ações unilaterais ilegítimas de Washington, Bruxelas e dos seus aliados na arena internacional", acrescentou.
Lavrov agradeceu ainda aos "aliados bielorrussos a compreensão completa das causas, metas e objetivos da operação militar especial", que a Rússia efetua na Ucrânia desde 24 de fevereiro.
Segundo o chefe da diplomacia russa, a operação na Ucrânia "está a avançar calmamente".
A invasão da Ucrânia, que Moscovo designa oficialmente como uma "operação militar especial", foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
Desde o início da guerra, a União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia e fornecido armas à Ucrânia para combater as tropas russas.
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