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Letónia alerta para consequências de eventual vitória russa na Ucrânia

O Presidente da Letónia, Egils Levits, alertou hoje que a China está atenta à evolução da guerra na Ucrânia e poderá fazer "algo semelhante" no Indo-Pacífico.

Letónia alerta para consequências de eventual vitória russa na Ucrânia
Notícias ao Minuto

10:56 - 30/06/22 por Lusa

Mundo NATO

Em declarações aos jornalistas ao chegar à cimeira da NATO em Madrid, que termina hoje, Levits recordou que os líderes dos 30 países da Aliança declararam a Rússia como uma ameaça e a China como um desafio no novo conceito estratégico da organização.

Levits disse que uma eventual vitória da Rússia na guerra na Ucrânia criaria um precedente que poderia ser aproveitado pela China.

"Se a Rússia vencer, seria uma motivação, um incentivo para a China fazer algo semelhante na região Indo-Pacífico e, portanto, devemos também ter em conta esta ameaça", disse Levits, citado pela agência espanhola EFE.

"Isso significa que devemos ajudar a Ucrânia a vencer a guerra, porque se a Rússia vencer a guerra, será uma destruição do direito internacional", acrescentou.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que levou a NATO a designar a Rússia como o seu principal inimigo, depois de ter sido considerada como parceira no conceito estratégico anterior, aprovado na cimeira de Lisboa, em 2010.

Além de a China aparecer pela primeira vez no conceito estratégico da NATO, os aliados anunciaram também um reforço da cooperação com os parceiros da Ásia e do Pacífico, tendo convidado os líderes de Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia para a cimeira de Madrid.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, justificou que o reforço da cooperação com os quatro países tem em conta os "sérios desafios" colocados pela China.

"Vemos uma parceria estratégica cada vez mais profunda entre Moscovo e Pequim. E a crescente afirmação da China e as suas políticas coercivas têm consequências para a segurança dos Aliados e dos nossos parceiros", disse o político norueguês na quarta-feira, em Madrid.

À entrada para o último dia da cimeira, alguns dos líderes da NATO também se pronunciaram sobre a Bielorrússia, país aliado da Rússia e que apoia a ofensiva de Moscovo na Ucrânia.

O Presidente da Letónia considerou que a Bielorrússia "representa a mesma ameaça que a Rússia".

A Bielorrússia "já não é um país independente", justificou.

O Presidente da Polónia, Andrezj Duda, disse que não acredita que a Bielorrússia entre diretamente na guerra na Ucrânia, mas reconheceu o apoio que tem dado aos interesses da Rússia, incluindo no campo militar.

"Claro que [a Bielorrússia] está a apoiar a Rússia, mas não creio que as autoridades e a sociedade bielorrussas decidam entrar nesta guerra ao lado da Rússia", disse Duda.

A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, referiu-se ao reforço da segurança no flanco leste da NATO, que considerou uma decisão "muito importante" para os países da região, e desvalorizou declarações de Putin sobre a adesão da Suécia e da Finlândia.

Numa reação à oficialização do convite da NATO aos dois países nórdicos para se juntarem à Aliança, Putin avisou que Moscovo responderá na mesma medida se Suécia e Finlândia permitirem a entrada de tropas e armas aliadas no seu território.

"Putin está sempre a ameaçar, não é nada de novo", comentou Kallas perante os jornalistas, ao chegar ao centro de conferências onde decorre a cimeira de Madrid.

"Claro que temos de esperar algum tipo de surpresas de Putin, mas duvido que ataque diretamente a Suécia ou a Finlândia", disse.

A chefe do Governo da Estónia admitiu que haverá ciberataques, ataques híbridos e guerra de informação contra os dois países, "mas não um ataque militar".

Leia Também: Decisões da cimeira da NATO beneficiam segurança da Polónia

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