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Líder da conspiração QAnon regressa depois de ano e meio de hiato

As publicações do 'Q' apelaram a milhares de apoiantes de Donald Trump e o símbolo foi envergado pelos seguidores do antigo presidente que invadiram o Capitólio em janeiro de 2021.

Líder da conspiração QAnon regressa depois de ano e meio de hiato
Notícias ao Minuto

17:47 - 27/06/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Estados Unidos

O críptico líder da teoria da conspiração QAnon, conhecido simplesmente como 'Q', voltou esta segunda-feira a fazer publicações na rede social 8kun, depois de ter ficado em silêncio desde dezembro de 2020.

Segundo o New York Times e jornalistas especialistas na cobertura da extrema-direita conspiracionista norte-americana, a conta responsável por dinamizar a famosa teoria QAnon publicou esta segunda-feira uma mensagem, dizendo simplesmente: "Estamos prontos para jogar novamente?".

Questionado por um utilizador sobre o porquê de ter desaparecido durante tantos meses, a conta respondeu que "tinha de ser feito desta maneira". E, mais tarde, questionou os seus seguidores se "estão prontas para servir" o país "outra vez". "Lembrem-se do vosso juramento", vincou.

A teoria da conspiração QAnon nasceu em 2017, foi crescendo em popularidade durante o mandato de Donald Trump e, com a pandemia, explodiu nas bolhas digitais conservadoras e maioritariamente afetas ao antigo presidente norte-americano.

Na base da teoria, está a crença de que os Estados Unidos são controlados por uma elite, desde à classe política a Hollywood, que está envolta numa rede de tráfico sexual de crianças e canibalismo. Na verdade, há várias teorias associadas ao movimento QAnon, sendo que uma grande maioria tem uma origem antissemita e supremacista branca.

Quando Donald Trump perdeu as eleições presidenciais em novembro de 2020, as mensagens do 'Q' foram cruciais para alimentar a mentira do antigo líder, que reafirma que as eleições foram roubadas (apesar de várias entidades oficiais terem provado várias vezes que tal não era verdade). E, por isso, o 'Q' foi fundamental em levar apoiantes do então presidente a invadir o Capitólio, com muitos deles a envergar 'merchandise' alusivo à teoria da conspiração.

Relatos recolhidos por órgãos de comunicação social apontaram que o próprio presidente não virava a cara à teoria, e que até procurou ser mais duro nas políticas contra crimes sexuais (especialmente de pedofilia), tendo em conta esta base de adeptos.

'Q' a caminho dos seus apoiantes no Congresso?

O crescimento da teoria da conspiração acabou por se refletir nos próprios legisladores que foram subindo na carreira partidária até Washington. Alguns congressistas do Partido Republicano foram eleitos depois de terem sido assumidos crentes na teoria QAnon em redes sociais - o caso mais mediático sendo o de Marjorie Taylor Greene, a polémica congressista do estado da Geórgia, que antes de ser eleita chegou a defender a morte de Joe Biden, além de ter publicado uma série de teorias racistas.

As próximas eleições intercalares (ou 'Midterms') estão marcadas para novembro deste ano, e Marjorie Taylor Greene pode-se juntar a mais seguidores do 'Q' (já que muitos candidatos conservadores afetos a Donald Trump continuam a ser dos mais votados em círculos conservadores) e ao próprio autor da teoria.

O New York Times refere que Ron Watkins, um programador de 30 anos e antigo administrador da rede social 8kun, é o principal 'suspeito' de ser a pessoa por trás da conta de 'Q'. Um documentário da HBO sobre a teoria e duas análises forenses também apontaram o dedo da Watkins - que nega todas as ligações ao movimento.

Sendo verdade, Watkins entrará num pequeno paradoxo já que, apesar de ter alegadamente criticado todo o sistema eleitoral e político norte-americano, está a concorrer para o Congresso. No 2.º distrito eleitoral do Arizona, Ron Watkins é um dos candidatos republicanos às primárias (que se realizam a 2 de agosto), mas especialistas e sondagens apontam para uma derrota já na corrida à nomeação para ser o candidato conservador em novembro.

Leia Também: Seis congressistas republicanos pediram indultos após ataque ao Capitólio

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