"Vimos representar a Universidade do Chile neste novo ciclo, trazendo os sonhos e as esperanças de uma comunidade que é crítica e resistente, solidária e generosa", afirmou Devés durante o primeiro discurso como máxima autoridade de estabelecimento de ensino, o mais antigo do país e um dos de maior prestígio na região.
Devés, nascida em Santiago de Chile, em 1950, graduou-se como bioquímica na mesma instituição, doutorou-se na Universidade Western Ontario (Canadá) e realizou estudos de pós doutoramento na University of Southern California, em Los Angeles (Estados Unidos).
"A nossa tarefa, numa sociedade ameaçada por crises distintas, é contribuir com conhecimento para um futuro que nos inclua a todas e a todos como pessoas livres e autónomas, capazes de agir pelo bem comum e de habitar o planeta em harmonia com a natureza", indicou.
A reitora destacou outras mulheres que fizeram história na Universidade do Chile, como a médica Eloisa Díaz, a primeira a frequentar estudos superiores no país e a licenciar-se como médica cirurgiã a nível nacional e regional, em 1887.
"Também vimos representar as mulheres e as suas lutas para conquistarem espaços de desenvolvimento na academia e dizer às raparigas e jovens do nosso país que sim, podem", acrescentou a reitora.
À ceremónia asistiu Boric, que durante os seus anos como estudante de Direito foi um destacado líder universitário e liderou os grandes protestos estudantis há uma década, a favor da gratuidade na educação.
Fundada en 1842, a Universidade do Chile é a casa de estudos mais emblemática do Chile e nela se formaram vários presidentes como Salvador Allende (1970-1973) e Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018), além de prestigiados académicos, artistas e pensadores.
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