Finlândia "pronta para lutar" caso seja atacada pela Rússia
O chefe das Forças Armadas finlandesas apontou que "a Ucrânia tem sido 'um osso duro de roer' [para a Rússia], e a Finlândia também".
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
O chefe das Forças Armadas da Finlândia, Timo Kivinen, assegurou que o país está "pronto para lutar" caso seja atacado pela Rússia, estando preparado e motivado “há décadas” para uma resistência feroz.
O responsável sublinhou que a nação tem vindo a construir um arsenal substancial de armamento, considerando que "a linha de defesa mais importante está 'entre os ouvidos', como prova a guerra na Ucrânia", cita a agência Reuters.
Desde a Segunda Guerra Mundial que a Finlândia mantém um alto nível de preparação militar, tendo travado duas guerras na década de 1940 contra o seu vizinho oriental, com o qual partilha uma fronteira de 1,300 quilómetros.
"Desenvolvemos sistematicamente a nossa defesa militar precisamente para este tipo de guerra que está a ser travada [na Ucrânia], com o uso massivo de armas, forças blindadas e também forças aéreas", complementou, apontando que "a Ucrânia tem sido 'um osso duro de roer' [para a Rússia], e a Finlândia também".
Na verdade, um inquérito realizado a 18 de maio pelo Ministério da Defesa do país revelou que 82% dos entrevistados estariam dispostos a participar da defesa nacional, caso a Finlândia fosse atacada.
O país de 5,5 milhões de pessoas conta com 280 mil a 870 mil cidadãos nas reservas militares, não tendo também abolido o recrutamento militar para homens, como fizeram várias outras nações ocidentais após o fim da Guerra Fria. Além disso, detém uma das artilharias mais fortes da Europa, com mísseis de cruzeiro com alcance de até 370 quilómetros, gastando 2% do seu PIB em defesa, um valor superior ao de muitos países da NATO.
A nação encomendou quatro novos navios de guerra, assim como 64 caças F-35 da gigante de defesa norte-americana Lockheed Martin. Pretende ainda adquirir até dois mil drones e o seu próprio equipamento antiaéreo de alta altitude, estando a construir barreiras na sua fronteira com a Rússia.
Recorde-se que o país, outrora neutro, candidatou-se à Aliança Atlântica, perante a possibilidade de a Rússia o invadir, tal como fez com a Ucrânia.
Kivinen saudou a decisão da Finlândia de se candidatar à NATO, considerando, contudo, que "a responsabilidade pela defesa da Finlândia continuará a ser da Finlândia".
Ainda assim, o responsável apontou que a adesão à NATO permitiria aumentar a capacidade de alerta da nação, uma vez que faria parte do controlo conjunto do espaço aéreo da aliança.
Fazer parte de uma aliança na qual um ataque a um membro é um ataque a todos os seus membros também seria benéfico para o país, rematou.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e outros mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
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