Meteorologia

  • 03 MAIO 2024
Tempo
13º
MIN 10º MÁX 19º

"A Rússia não é imaculada. Não temos vergonha de mostrar quem somos"

Sergei Lavrov disse ainda que é "difícil de prever" o destino dos territórios ucranianos controlados por Kyiv, dada a política seguida por "este gritante regime neonazi".

"A Rússia não é imaculada. Não temos vergonha de mostrar quem somos"

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, admitiu esta quinta-feira, em entrevista à BBC,  que o país "não é imaculado, mas é o que é", defendendo assim a intervenção militar levada a cabo na Ucrânia.

"A Rússia não é imaculada. A Rússia é o que é e não temos vergonha de mostrar quem somos", explicou o diplomata russo.

Para explicar a invasão sobre a Ucrânia, Lavrov destacou que a Rússia "não tinha outra maneira de explicar ao Ocidente que arrastar a Ucrânia para a NATO era um ato criminoso". E, de seguida, acusou ainda a ONU de "ser usada para amplificar as 'fake news' do Ocidente".

Já à agência noticiosa russa TASS, Sergei Lavrov disse que é "difícil de prever" o destino dos territórios ucranianos controlados por Kyiv, dada a política seguida por "este gritante regime neonazi".

As declarações foram proferidas à margem do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo (SPIEF), tendo Lavrov abordado ainda a questão da concessão de passaportes russos a cidadãos dos territórios invadidos. Uma medida que, na sua perspetiva, é semelhante às promovidas pela Ucrânia junto da Polónia e da Roménia.

"Ninguém considera que isto esteja errado. Durante todos estes anos, o Ocidente tem vindo a provocar a histeria de que tomámos a decisão de emitir passaportes russos para os cidadãos de Donbass. O Ocidente ficou histérico e não mencionou de todo que esta prática tem sido utilizada há muito tempo na Polónia e na Roménia", salientou o governante russo.

"Na região ucraniana de Chernovitskaya, mais de metade da população são cidadãos romenos. Ali estão a ser implementados programas sobre o desenvolvimento de laços transfronteiriços, que são financiados por Bucareste", prosseguiu ainda o diplomata russo.

"Isto é quase o mesmo que fizemos quando esperávamos a implementação dos acordos de Minsk, pois estávamos a promover laços económicos com o Donbass nas condições em que Kyiv declarou um total bloqueio económico e de transportes, bem como outros bloqueios contra estas duas repúblicas", observou ainda Lavrov.

O ministro russo explicou ainda que a "Roménia tem vindo a fazer isto há muito tempo, desenvolvendo contactos humanitários. E ninguém tem qualquer tom negativo a este respeito". Na perspetiva de Lavrov, tal "é considerado normal porque são membros da NATO, o povo respeitado, podem fazer o que quiserem, têm as suas próprias regras", prosseguiu.

"Não posso agora imaginar o destino desta Ucrânia, dada a política levada a cabo por este flagrante regime neonazi", finalizou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

A invasão russa sobre a Ucrânia teve início a 24 de fevereiro, tendo sido justificada por Moscovo como se tratando de uma "operação militar especial" destinada a "desnazificar" o país. Já o país liderado por Volodymyr Zelensky, bem como os seus parceiros ocidentais, dizem que em causa está uma guerra de agressão não provocada pela Rússia.

Leia Também: Bruxelas emite amanhã recomendação sobre candidatura à adesão de Kyiv

Recomendados para si

;
Campo obrigatório