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Borrell alerta para efeito dominó da guerra que pode tornar-se "tsunami"

O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, alertou hoje para o "efeito dominó" que o "terremoto" da guerra na Ucrânia pode ter no mundo, avisando que pode resultar num "tsunami" mundial.

Borrell alerta para efeito dominó da guerra que pode tornar-se "tsunami"
Notícias ao Minuto

23:50 - 09/06/22 por Lusa

Mundo Rússia/Ucrânia

Para evitar esse cenário, o chefe da diplomacia europeia defendeu que é preciso "assegurar a vitória da Ucrânia" e "estar preparados para pagar o preço da liberdade", num discurso que divulgou nas redes sociais e que deveria ter feito hoje para assinalar o 20.º aniversário do Instituto de Estudos de Segurança da UE (EUISS), com sede em Paris.

"Vista através de uma lente geopolítica, a guerra corre o risco de criar um mundo bipolar de concorrência permanente e até de confrontação. Entre Estados Unidos, Europa e países afins, por um lado, e a Rússia e a China, por outro", disse Borrell, que está em isolamento por ter contraído covid-19.

O alto representante europeu alertou para a "crescente fragmentação" do mundo e para o risco de a cooperação multilateral se tornar "ainda mais difícil", já que a guerra lançada por Moscovo ocorre no contexto de "um esforço revisionista mais amplo, tanto da Rússia como da China".

"O que está em jogo é a igualdade fundamental dos Estados e o respeito pela sua soberania exigidos pela ONU", escreveu Borrell.

De uma perspetiva económica, "a guerra corre o risco de criar uma tempestade geoeconómica".

"Já temos uma grande crise alimentar e energética, além de uma inflação crescente e um menor crescimento. Isto poderá conduzir a um período de estagflação ou até a uma recessão total, aprofundando as desigualdades globais", acrescentou Borrell.

O pano de fundo e, portanto, a capacidade dos governos de gerir estas ondas económicas, está condicionado pelos efeitos ainda persistentes da pandemia, ou seja, muita dívida e nenhum espaço fiscal, continuou o chefe da diplomacia europeia.

Como sempre, frisou, as tensões económicas correm o risco de provocar crises políticas e de segurança, radicalização e migração descontrolada, na fronteira da Europa e mais além.

E insistiu que "quanto mais dure a guerra, piores serão as consequências globais".

Por isso, defendeu que "a melhor maneira de evitar esses cenários preocupantes é investir massivamente para terminar a guerra o mais depressa possível", mantendo "a Ucrânia abastecida militarmente e financeiramente à tona" para que derrote a Rússia.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou que 4.302 civis morreram e 5.217 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 106.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

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