O procurador-geral da Bolívia, Juan Lanchipa, referiu que o departamento com mais casos é o da capital La Paz, com 17, seguindo-se Santa Cruz, onde foram cometidos 11 destes crimes e Cochabamba, com oito.
As restantes regiões com casos são Potosí (3), Beni (2) e Tarija (1), enquanto em Oruro, Chuquisaca e Pando não ocorreram estes eventos, explicou.
Um dos casos mais recentes ocorreu numa comunidade rural do departamento de Potosí, onde uma jovem de 17 anos foi encontrada morta, segundo a procuradora Roxana Choque.
Num outro incidente, um tribunal determinou esta segunda-feira prisão preventiva de seis meses para um homem, de 29 anos, suspeito de ter matado a sua companheira, um ano mais nova, e, depois de a ter queimado, de a abandonar enrolada num saco numa área remota em El Alto, cidade vizinha de La Paz.
Nesses dois casos, a causa da morte das vítimas foi asfixia mecânica por estrangulamento, prática constante nos femicídios, segundo o Ministério Público.
Este tipo de crimes recorrentes colocam a Bolívia entre um dos países mais violentos da região, apesar de ter uma lei, desde 2013, que "garante às mulheres uma vida livre de violência".
O governo boliviano declarou 2022 com o ano da revolução cultural pela despatriarcalização, por uma vida livre de violência contra a mulher, justamente pelos constantes casos de violência sexista e femicídio.
Uma comissão interinstitucional, que analisa vários casos de femicídio no país, revelou recentemente que, desde a sua criação em fevereiro, cerca de 15 juízes e oito procuradores foram processados administrativa e criminalmente por libertarem femicídas e violadores condenados.
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