Após ameaças, jornalista britânico e ativista desaparecem na Amazónia

O caso já está a ser investigado pela Polícia Federal do estado do Amazonas. 

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Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa
06/06/2022 18:44 ‧ 06/06/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa

Mundo

Brasil

O jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian, e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira estão desaparecidos desde domingo na Amazónia. O desaparecimento aconteceu na sequência de ameaças e o caso já está a ser investigado pela Polícia Federal do estado do Amazonas. 

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), citada pelo jornal brasileiro G1, os dois desapareceram no caminho entre a comunidade Ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, depois de serem ameaçados.

“Enfatizamos que, na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipa recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, lê-se em comunicado. 

Os indígenas relataram que os dois se deslocaram para fazer uma visita a uma equipa de vigilância indígena, para que o jornalista conhecesse o local e fizesse algumas entrevistas com indígenas que vivem na área, que nos últimos anos está a ser atacada constantemente por mineradores ilegais, madeireiros e invasores.

A Unijava frisou que indígenas experientes realizaram buscas no rio e na área em que os dois desapareceram depois de notar que eles sairam de São Rafael, mas não chegaram ao local previsto em Atalaia do Norte.

O indigenista Bruno Pereira é “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.  Já o jornalista britânico, segundo o The Guardian, está a escrever um livro sobre o meio ambiente e é correspondente no Brasil há 15 anos. Além do The Guardian, escreve também para o Washington Post, New York Times e Financial Times.

Numa nota enviada ao G1, a Polícia Federal do Amazonas não revelou detalhes da investigação, limitando-se a afirmar que o caso está “a ser apurado”. “Assim que levantadas as informações e, quando disponíveis, encaminharemos para conhecimento de todos", acrescenta a nota.

Leia Também: Brasil regista 2.287 focos de incêndio florestais na Amazónia em maio

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