"Nos dias 06 e 07 de junho o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia visitará a Sérvia, onde se reunirá com o Presidente desse país, com o titular da pasta dos Exteriores, com o chefe da Assembleia Nacional e com o patriarca da Sérvia", indicou em conferência de imprensa Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Segundo a responsável, as duas partes vão abordar "em profundidade" temas de cooperação política e económica bilateral, trocar pontos de vista sobre a situação na região dos Balcãs, e sobre temas da agenda internacional.

O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, advertiu horas antes que a situação em torno da visita de Lavrov estava a "complicar-se".

"Complica-se a situação em torno da chegada de Lavrov, em todos os sentidos, mas ainda não estou preparado para falar sobre isso. Relaciona-se sobre como vai chegar [à Servia] e outras questões. Veremos", disse Vucic.

Na semana passada, o chefe de Estado sérvio anunciou um acordo com Moscovo sobre o fornecimento de gás russo ao país balcânico para os próximos três anos "ao melhor preço da Europa".

Já na passada terça-feira, e no decurso da cerimónia de juramento para o seu segundo mandato como Presidente da Sérvia, Vucic prometeu manter o país balcânico na rota da União Europeia (UE), e admitiu que um novo Governo poderá juntar-se às sanções internacionais contra a Rússia.

No seu discurso no parlamento, Vucic disse que a prioridade do seu país consiste em prosseguir no caminho da adesão à UE, objetivo que o novo Governo -- que deverá entrar em funções em julho -- terá de assumir para garantir a entrada do país no bloco dos 27 Estados-membros.

Na mesma intervenção, o Presidente sérvio admitiu a aplicação de sanções a Moscovo, apesar de não se ter referido especificamente à Rússia.

"A formação de um novo Governo é de primordial importância devido à situação em que nos encontramos, uma situação difícil", disse.

"Vamos ter de enfrentar novas propostas de sanções, que podem prejudicar-nos, e por isso vamos pedir ajuda aos nossos parceiros europeus", acrescentou.

Vucic repetiu ainda que a Sérvia não pretende aderir à NATO e pretende manter a sua neutralidade militar.

"Não somos politicamente neutrais porque pretendemos ser um país membro da UE", esclareceu.

O líder de Belgrado também assinalou que "dedicará todos os esforços para preservar a soberania e a integridade do território sérvio, incluindo o Kosovo", e pugnou pela proteção dos "direitos das minorias".

Leia Também: Ucrânia. Putin quer expor a África situação dos cereais bloqueados