O condutor do veículo e um delegado expatriado da Cruz Vermelha holandesa foram mortos neste ataque conduzido, segundo os primeiros testemunhos recolhidos pela Cruz Vermelha, "por homens armados" em motociclos que "abriram fogo sem aviso", lê-se na nota.
A nacionalidade do condutor era maliana enquanto o delegado expatriado era natural do Senegal, segundo Nouhom Maïga, secretário-geral da Cruz Vermelha do Mali, citado pela agência France-Presse.
A Cruz Vermelha disse que a equipa, que estava "em missão humanitária num veículo identificado com o símbolo da Cruz Vermelha do Mali", foi atacada na quarta-feira por volta das 18:00 locais (mesma hora em Lisboa) na estrada que liga Koussané e Kayes.
"Os outros dois membros da equipa - o coordenador do projeto e o contabilista -- ficaram profundamente afetados por esta tragédia", acrescenta-se no comunicado.
"Não é a Cruz Vermelha em si que foi alvo", disse Maïga, falando de um provável ato de "roubo" e não de extremismo islâmico.
Nos últimos anos foram registados roubos, designadamente de veículos, mas nenhuma morte, acrescentou.
Os autores do ataque levaram o veículo e o equipamento que era transportado, adiantou Maïga, acrescentando que os atacantes posteriormente abandonaram o veículo, segundo informações que recebeu.
A Cruz Vermelha do Mali condenou "com a maior firmeza" o ataque que "mina a missão humanitária dirigida às populações vulneráveis".
O Mali, um vasto país do Sahel do qual grande parte do território escapa ao controlo do Estado, sofre não apenas com a disseminação do extremismo islâmico desde 2012, mas também com altos índices de criminalidade, principalmente nas ligações rodoviárias.
A região de Kayes, na fronteira com o Senegal, é considerada relativamente mais protegida da violência do que o centro, o norte ou a chamada zona de três fronteiras com o Burkina Faso e Níger.
Leia Também: Mali. Um soldado da ONU morto e três feridos durante ataque em Kidal