OMS Europa pede consciencialização para Monkeypox nos festivais de verão
Alertaram que "as muitas dezenas de festivais e grandes festas planeadas proporcionam mais contextos onde a ampliação" do vírus pode ocorrer e instou as organizações a "partilhar informação precisa e prática".
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Mundo Monkeypox
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, na terça-feira, que o surto de Monkeypox na Europa pode "aumentar" durante os "festivais e grandes festas" programadas para os próximos meses e instou as organizações a "partilhar informação precisa e prática" com os participantes.
Num comunicado, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, destacou que o surto de Monkeypox aumentou nas últimas duas semanas, mas investigações apontam que teve início em meados de maio. Durante os próximos meses, "as muitas dezenas de festivais e grandes festas planeadas proporcionam mais contextos onde a ampliação pode ocorrer".
Os relatórios apontam ainda que, até à data, o surto está "a ser transmitido em grande parte através da atividade sexual, envolvendo principalmente homens que têm relações sexuais com homens", sendo que muitos dos casos "relatam a existência de parceiros sexuais fugazes e/ou múltiplos, por vezes associadas a grandes eventos ou festas".
Lembrando que o Monkeypox é um vírus que "pode infetar qualquer pessoa e não está intrinsecamente associado a qualquer grupo específico de pessoas", Kluge frisou que os festivais de verão "proporcionam também fortes oportunidades de envolvimento com pessoas jovens, sexualmente ativas e globalmente móveis, para aumentar a sensibilização e reforçar a proteção individual e comunitária".
Os próximos objetivos da OMS passam por "incentivar fortemente as pessoas - incluindo os jovens, independentemente do género e da orientação ou atividade sexual - a aumentar a sua sensibilização para o Monkeypox e saber o que fazer se pensarem que podem ter sido expostos à doença" e "apoiar os organizadores e as comunidades participantes nas próximas reuniões de massa em toda a Europa, a fim de potenciar estes eventos para partilhar informação precisa, prática e direcionada aos participantes".
O responsável frisou que ainda não é claro se o vírus se pode propagar através de "sémen ou fluidos vaginais, nem se o vírus poderá persistir nestes fluidos corporais durante períodos de tempo mais longos".
Sabe-se que a maioria das pessoas que contraem Monkeypox "terá uma doença leve e autolimitada, mas desagradável e potencialmente dolorosa que pode durar até várias semanas". Já no caso de crianças pequenas, mulheres grávidas e pessoas imunodeprimidas, ainda não se conhece "o impacto" que o vírus pode ter.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), existiam, até 31 de maio, 202 casos de infeção pelo vírus Monkeypox em 13 Estados-membros da União Europeia (UE). Em Portugal, foram contabilizados 100, na terça-feira, e aguardam-se "resultados relativamente a outras amostras".
O vírus Monkeypox foi descoberto pela primeira vez em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
O primeiro caso humano de infeção com o vírus Monkeypox foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.
Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia (VIG) podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox.
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