Segundo a agência, o conjunto de pessoas era sobretudo composto por jovens homens judeus ortodoxos, que celebravam o Dia de Jerusalém, um feriado israelita que assinala a captura da Cidade Velha na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Os palestinianos consideram o evento, que passa pelo meio do Bairro Muçulmano, como uma provocação, tendo no ano passado gerado confrontos de 11 dias com milícias de Gaza, e a marcha deste ano gerou condenações por parte da Palestina e da vizinha Jordânia.
Israel afirmou que destacou milhares de polícias e forças de segurança para o evento, tendo ocorrido pequenas escaramuças entre grupos judeus e muçulmanos na Cidade Velha antes do início do desfile.
À medida que o desfile começou, vários grupos de judeus ortodoxos reuniram-se fora do Portão de Damasco agitando bandeiras e a cantar músicas religiosas e nacionalistas, como "a nação judaica vive", antes de entrar no Bairro Muçulmano, relata a AP.
Um grupo grande, segundo a agência, cantou "morte aos árabes" e "deixem a vossa pequena vila arder", antes de entrar na Cidade Velha.
A polícia afastou os palestinianos da zona, que normalmente é uma movimentada área muçulmana, e a certo ponto um drone com a bandeira da Palestina sobrevoou o local, refere a agência.
O primeiro-ministro israelita disse, antes da marcha, que "agitar a bandeira de Israel na capital de Israel é uma coisa óbvia" e que Israel tornou isso claro "desde o início", tendo ao mesmo tempo pedido aos participantes que celebrassem o feriado de uma "forma responsável e respeitosa".
No ano passado, depois de semanas de confrontos israelo-palestinianos em Jerusalém, as autoridades alteraram o percurso do desfile à última hora, de forma a evitar o Bairro Muçulmano, mas revelou-se demasiado tarde, com milícias do Hamas a lançarem 'rockets' a partir de Gaza em direção a Jerusalém, o que espoletou 11 dias de duros confrontos.
A marcha de hoje acontece também numa altura de escalada de tensão, com a polícia israelita a ter confrontado repetidamente protestantes palestinianos, que lançavam pedras, com balas de borracha ou granadas de luz e som.
Pelo menos 19 israelitas morreram após ataques palestinianos em Israel e na Cisjordânia ocupada nas últimas semanas, e mais de 35 palestinianos morreram em operações militares israelitas no mesmo território, entre os quais a jornalista da Al Jazeera Shireen Abu Akleh.
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