Pequim anuncia exercícios militares no Mar do Sul da China
A China vai realizar exercícios navais no Mar do Sul da China no sábado, anunciaram hoje as autoridades chinesas, numa semana marcada por acusações dos Estados Unidos e aliados sobre as ambições militares de Pequim na região Ásia-Pacífico.
© Reuters
Mundo China
As manobras vão ocorrer nas imediações da costa chinesa, num pequeno espaço marítimo localizado longe das áreas disputadas com o Vietname e as Filipinas.
"Vão ser realizados exercícios militares e a área está interditada", disse a Administração de Segurança Marítima, divulgando as coordenadas da área em questão.
A zona está localizada a cerca de 25 quilómetros a sul da ilha de Hainan, no extremo sul do país, e ocupa cerca de 100 quilómetros quadrados.
A China organiza regularmente exercícios navais, muitas vezes perto da sua costa.
Manobras em outra área marítima, também perto de Hainan, estão previstas para a próxima semana.
Os Estados Unidos, que encaram a China como um rival estratégico, alertam regularmente sobre a crescente presença militar e económica de Pequim numa área que se estende do Mar do Sul da China às ilhas do Pacífico.
Essa presença constitui uma estratégia para modificar o equilíbrio de forças na região, segundo defende Washington.
"Pequim mantém uma retórica e atividades cada vez mais provocadoras, como pilotar aviões (...) perto de Taiwan" quase diariamente, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num discurso proferido na quinta-feira.
Na intervenção, o chefe da diplomacia norte-americana referiu-se à passagem de aviões militares na zona de identificação de defesa aérea ('Adiz', segundo a sigla em inglês) de Taiwan -- localizada geralmente a pelo menos 150 quilómetros da costa taiwanesa.
Blinken também pediu na quinta-feira para que se combata a "ambição da China de reformular a ordem internacional".
O discurso de Antony Blinken surge após a visita do Presidente norte-americano, Joe Biden, à Coreia do Sul e ao Japão, a sua primeira deslocação ao continente asiático desde que tomou posse em janeiro de 2021.
A viagem de Biden pretendeu reafirmar as ambições norte-americanas nesta zona geográfica e reforçar alianças para conter as ambições da China.
A visita incluiu uma cimeira entre os líderes do Quad -- uma aliança informal de segurança composta pelos Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia.
Durante a visita a Tóquio, Biden admitiu que os Estados Unidos defenderiam militarmente Taiwan em caso de uma agressão por parte de Pequim.
Em resposta, a diplomacia chinesa pediu aos Estados Unidos para que não subestimassem a "determinação" da China em defender a sua soberania.
A China acaba de lançar também uma vasta iniciativa destinada a alargar a cooperação em matéria de segurança e comércio livre com os países do Pacífico Sul, já denunciada pela Austrália, aliada dos Estados Unidos.
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